quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

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Andaram a ver - e a ler - que alguns pilotos de Grand Prix passaram pela II Guerra Mundial relativamente confortáveis. E de uma certa maneira, de uma forma relativamente irónica, escaparam do serviço militar por causa das suas lesões nas pistas, nos anos anteriores. Aliás, um dos grandes pilotos de Grand Prix, Manfred von Brautisch, era sobrinho de um general da Wermacht. Alguns, como Rudolf Caracciola, foram viver para outros lugares, como a neutral Suíça, em conforto. 

O caso de Rudolf Haase é diferente, bem diferente. O seu destino na II Guerra Mundial foi bem diferente dos outros, curto e trágico. 

Nascido a 30 de maio de 1906 em Mittelweda, na Saxónia, começou a correr no motociclismo, em 1926. No ano a seguir, ganhou uma corrida de 350cc no atual Sachenring, e com o passar dos tempos, começou a dar nas vistas de duas maneiras: a sua velocidade, e uns enormes óculos de aviador que os usava por cima dos seus próprios óculos!

No final da década, ele passa para os automóveis, que intercalava com o ciclismo, mas as coisas pareciam correr bem para ele em 1936 quando passou para a Auto Union, para correr ao lado de Bernd Rosemeyer. Alguns resultados de relevo logo em 1936 permitem que continue, e no GP da Bélgica de 1937, em Spa-Francochamps, acabou por triunfar. Dois anos depois, consegue um segundo lugar na corrida belga, marcada pelo acidente mortal de Richard Seaman

Contudo, alguns meses depois, a II Guerra Mundial começa e as corridas de automobilismo são canceladas. Haase, como muitos outros pilotos alemães, fazia parte do NSKK, o "Nationalsozialistisches Kraftfahrkorps". Essencialmente, o corpo automóvel do Partido. Eram eles que tomavam conta de coisas como o parque automóvel do partido, para além treinar os seus membros na manutenção de automóveis e camiões, especialmente para o esforço de guerra. 

Ao contrário dos outros, Haase envolveu-se no esforço de guerra. Trabalhou na logistica, e depois, na manutenção de tanques, durante a ofensiva alemã para sul, rumo a Estalinegrado. Mas no inicio de agosto de 1942, ele contraiu uma forma grave de desinetria e foi transferido para o leste da Ucrânia, onde acabaria por morrer a 12 de agosto de 1942, aos 36 anos. Foi o único piloto vencedor de Grandes Prémios que morreu durante a guerra. 

A sua sepultura não durou muito tempo: foi destruída menos de um ano depois, quando os soviéticos tomaram novamente conta da região, mas um cenotáfio foi erguido na sua terra natal, a recordar aquele que foi um dos pilotos importantes que guiou os Auto Union de Grande Prémio.         

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