quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

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Christian Horner esteve nesta quarta-feira no palácio de Buckingham para ser condecorado pelo rei Carlos III com o grau de Comendador da Ordem do Império Britânico (CBE), o grau imediatamente inferior ao de KBE, ou seja, ser Cavaleiro e ser tratado por "Sir". A razão tem a ver com os serviços prestados ao automobilismo britânico, especialmente pelas quase duas décadas ao serviço da Red Bull, que levou a equipa a ganhar oito títulos de pilotos e seis de Construtores, entre 2010 e 2024, com pilotos como Sebastian Vettel e Max Verstappen

Contudo, esta condecoração chega na esteira de uma polémica que estoirou no inicio do ano, com as acusações de assédio por parte de uma trabalhadora da empresa, e que revelou um ambiente de trabalho algo tóxico. Horner resistiu às pressões para que se demitisse por parte do ramo tailandês da companhia, e o título deste ano em termos de pilotos serve para acalmar as coisas nesse campo.

Contudo, com esta noticia, a polémica ressurgiu, pelo menos nas redes sociais. Muitos referem a auditoria que ele passou - que nunca foi independente, foi feita pela chefia da Red Bull, para aplacar os tailandeses - e do qual apenas parte das conclusões foram publicadas. 

Mas se calhar isto pode acordar algo que poderá, não tanto acordar o que se passou na altura, como pensar sobre algumas das pessoas que lá andam. A primeira delas é que a Red Bull é, como a própria empresa, bicéfala. Metade da firma é tailandesa e a outra metade austríaca. Se os tailandeses são discretos e gostam de receber o dinheiro - são a família mais rica do país, apenas superado pela família real - já os austríacos, depois da morte de Dietrich Mateschitz, em 2021, o filho deste, apesar de manter a discrição do pai, gostaria de ver algumas mudanças numa equipa vencedora. Tentou mexer alguns cordelinhos quando foi da polémica de Horner, mas não foram muito bem sucedidos. 

Mas há outro braço da equipa: Helmut Marko. O ex-piloto, agora com 81 anos, não tenciona largar o lugar, mas há algumas tensões dentro da equipa por causa dele. Há quem queira referir a idade, mas ele quer ser como o seu amigo Niki Lauda: ficar no lugar até morrer, ainda a influenciar quem será o piloto de uma das melhores equipas do pelotão. E nem falo do que será da equipa em 2026, quando vierem os novos regulamentos e trocarão os motores Honda pelos Ford, apesar de boa parte ser construída nas instalações de Milton Keynes. Sem Adrian Newey, rumo à Aston Martin, e sem muitos dos engenheiros que ajudaram a colocar a equipa no pedestal, o que passará depois de 2026 é mais uma incógnita que outra coisa.  

O presente pode ser muito bom, mas não faço ideia do que será o futuro. E quando eles tem os olhos demasiado postos em Max, não consigo ver a equipa onde está em 2028, por exemplo. E isso é importante.  

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