Quem preencherá o vazio, ainda não sabemos, mas o que temos certezas é que não será a pista de Zandvoort, nos Países Baixos. Eles decidiram que 2026 seria o ano final da Formula 1 naquele país, mesmo estando cheio de espectadores a torcerem por Max Verstappen. Ou seja, nem sempre o facto de terem um piloto campeão é garantia alguma.
Mas ao mesmo tempo que isto acontece - fala-se de Imola e Barcelona como possíveis substitutos para os anos onde Spa não aparecerá - surgiram noticias de que a Arábia Saudita, que anda a colocar milhares de milhões de dólares na pista de Qidyya, nos arredores de Riad, para ter pronto para correr em 2027, irá tentar ter uma segunda vaga no calendário da Formula 1, semelhante ao que tem os Estados Unidos, que neste momento tem três vagas: Miami, Austin e Las Vegas.
A ideia de ver alguns clássicos a irem embora, e outros a aparecerem em anos pares (ou ímpares) poderá não ser muito original, pois acontecia isso no passado: na Grã-Bretanha entre 1955 e 1986 (entre Silwerstone e Brands Hatch, passando por Aintree, nos arredores de Liverpool), em França (entre Reims e Rouen, entre Paul Ricard, Charade e Dijon-Prenois, acabando em 1985), em Espanha (entre Jarama e Montjuich, que durou entre 1968 e 1975), e na própria Bélgica (entre 1972 e 74 entre Nivelles e Zolder, e entre 1982 e 84 entre Zolder e Spa). Mas tudo isso tinha acontecido dentro dos países, nunca entre duas nações.
Eu creio que a Liberty Media quer uma reserva para ter os seus circuitos, num calendário de 25 corridas, onde recolheria o máximo possível em termos de receitas. Imaginem um calendário com essas 25 corridas, mas com 40 a 45 circuitos, ou seja, acolheriam todas as chances que devem chegar à mesa deles de ter um Grande Prémio de Formula 1. Resta saber se acolheriam a ideia de pagar 15, 20 ou 30 milhões de dólares, libras ou euros para acolher a Formula 1 no seu país em anos pares ou ímpares, ou ter alguns países de manterem o seu Grande Prémio, mas alternando de pistas no calendário. Por exemplo, a Espanha, que terá em 2026 uma corrida em Madrid, mas teria depois Barcelona em anos ímpares, e se calhar recolher dali o dobro de dinheiro que esperaria ter desse país. É uma hipótese.
Claro, como em tudo, os fãs não gostam muito da ideia. Alternar alguns dos seus circuitos favoritos ano sim, ano não, não seria fantástico para eles, mas por outro lado, só mostra que a Liberty Media quer conseguir a maior quantidade de dinheiro possível. Veremos até que ponto eles irão. Num extremo, 50 pistas para 25 corridas deve estar na cabeça de alguns. Não ficaria admirado.
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