De uma certa forma, uma boa razão são as mentalidades. Aquilo que foi bom num tempo, jã não é agora. Como, por exemplo, as "grid girls". Porque digo isto? Para além de afirmar que 2025 não é mais 2009, altura em que começaram a ser uma equipa vencedora, a percepção que as pessoas tinham de Helmut Marko e da Red Bull é de que eram... os vilões. E isso, a nova direção da Red Bull não quer mais.
Helmut Marko ganhava em 2025 cerca de oito milhões de euros por ano na Red Bull, e tinha contrato até 2026. E esse contrato tinha sido assinado num tempo em que Chrsitian Horner era o diretor geral, Adrian Newey desenhava os carros e sobretudo, Dietrich Mateschitz ainda vivia.
E no dia em que ele morreu, 22 de outubro de 2022, mudou tudo.
Primeiro, o seu sucessor foi o filho, Mark. Então com 30 anos, tornou-se o dono de 49 por cento da Red Bull - a outra parte pertence ao lado tailandês, liderado por Chalerm Yoovidhya, o filho do fundador, Chaleo Yoovidhya - e ele, apesar de ter algumas parecências com o pai, nomeadamente a sua policia de "low-profile" e a sua paixão pelos carros - foi ele que comprou a coleção automobilística do Bernie Ecclestone, por exemplo - ele sabia mexer-se com os novos tempos. E claro, a percepção também é importante. E se alguém contar que o seu produto é associado a maus da fita, dê por onde der, prejudica as vendas das latinhas.
E quando em 2024, surgiram os rumores de assédio por parte de Christian Horner, foi Mateschitz que "convidou" Horner para sair, apenas para ser impedido pelo lado tailandês da empresa. Mas claro, não durou muito tempo: um ano e meio depois, no verão de 2025, Horner saiu, praticamente sem aviso prévio, e claro, depois de uma generosa indemnização.
E a precipitar o final abrupto de Marko da Formula 1, o incidente do GP do Qatar, com ele a criticar fortemente Andrea Kimi Antonelli por ele ter perdido o controlo do seu Mercedes, para deixar passar Lando Norris. A chuva de assédio nas redes sociais contra o jovem piloto italiano foi demais para a cúpula da Red Bull, que obrigou Marko a pedir desculpas pelas suas declarações, algo inédito até então, ainda antes do GP de Abu Dhabi.
Também não ficaria admirado se Marko não saísse sem uma indemnização pela saída antecipada. Mas independentemente disso, há uma era que acabou, e sobretudo, há uma reputação a ser reparada, dê por onde der. Parecendo que não, em Abu Dhabi assistimos ao final de uma era na Red Bull. Poderá triunfar no futuro, mas não será mais com Horner, com Newey, mas sobretudo, com Marko.
Claro, pode-se perguntar se haverá um substituto de Marko. A resposta é simples: "Nein!" (não!) Esse cargo único termina com ele.



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