quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Memento Mori: Ignazio Giunti, 1000 Km de Buenos Aires, 1971

Não é nada bonito lembrar pormenores de um acidente mortal, mas como há uns tempos atrás me mandaram as fotos deste choque, e como hoje se comemoram 37 anos sobre este horrivel acidente, resolvi contar. Ao menos vocês ficam a saber como um promissor piloto italiano morre vítima de algo que hoje em dia roçaria a estupidez, e que nenhum piloto no seu juízo o faria hoje. O falecido chamava-se Ignazio Giunti, e o outro piloto era o francês Jean-Pierre Beltoise.

A 10 de Janeiro de 1971, disputavam-se os 1000 km de Buenos Aires, proba a contar para o Mundial de Endurance. Nesses anos, as marcas apostavam forte neste tipo de competição, que tinha os seus pontos altos em provas como o Targa Florio, as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Le Mans. A Ferrari estava lá, com os seus 512B e os Matra também.


A prova corria normalmente, mais a correr para o fim da corrida, quando o Matra de Beltoise para, com falta de gasolina perto as boxes. Decide empurrar o carro pista fora, até às boxes, no sentido de fazer o devido reabastecimento, e voltar a correr, provavelmente muito atrasado em relação aos pilotos da frente. Contudo, Beltoise cometia um erro infantil, ao empurrar o seu carro no meio da pista, no sentido de atravessá-la para poder ir às boxes. E não era a primeira vez que o fazia, pois parece que na curva anterior, já tinha atravessado a pista da mesma maneira...


Quando Beltoise apontou o carro em direcção das boxes, dois Ferrari faziam a curva: eram os de Mike Parkes e de Ignazio Giunti. Quando viram o Matra azul atravessado no meio da pista, ambos tentaram escapar daquele objecto parado no meio da pista. Parkes, conseguiu, mas Giunti não. E isso foi-lhe fatal, pois quando colidiu, ia a alta velocidade, e o choque causou o rompimento do tanque de combustivel, que o fez explodir o Ferrari em chamas.


A corrida prosseguiu, e os bombeiros tentaram apagar as chamas. Se Beltoise safou-se incólume, já não se podia dizer de Giunti, que morreu preso no seu carro. Muitos querem acreditar que o piloto italiano de 30 anos teve morte imediata, pois acham que seria horrivel demais saber que ele acabou consumido pelas chamas...


A manobra de Beltoise fez com que muitos pedissem a cassasão da Super-Licença a Beltoise, mas somente sofreu uma suspensão de três meses de conduzir. Nessa altura, ele também era piloto da Matra na Formula 1. Beltoise competiu na Formula 1 até 1974, tando ganho o GP do Mónaco de 1972, mas a sua carreira vai estar sempre marcada por aquele incidente numa tarde quante de Janeiro, nas pampas argentinas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado, Speed!
Eu sempre quis saber mais sobre essa tragédia.

Anónimo disse...

Impressionante, sem mais a dizer!