quarta-feira, 7 de março de 2012

O futuro - negro? - do Grupo Lotus

Confesso que depois da história da luta "Lotus vs Lotus" ter sido resolvida, não falei quase nada da nova Lotus  e de Dany Bahar. Mas ao ler atentamente as noticias, sabia que as coisas entre ele e a Proton não andavam lá muito bem, e que os planos loucos de expansão em termos automotivos - desde a construção de cinco modelos ao mesmo tempo até colocar o nome Lotus em tudo que é categoria - iriam fazer com que, mais cedo ou mais tarde, o balão rebenteasse. E pode ter acontecido agora mesmo.

Digo isto porque, na mesma semana em que decorre o Salão automóvel de Genebra, surgiram noticias de que o desenvolvimento dos novos modelos da marca - Esprit, Exige, Elan - foi congelada pelo menos durante três meses devido ao facto da Proton estar a ser vendida pelo estado malaio para se livrar do prejuízo que ela se tornou. A Proton tornou-se agora propriedade do conglomerado industrial DRB-Hicom, depois desta ter comprado 42,7 por cento das acções pertencentes ao estado, e ter comprado mais sete por cento ao mercado.

E segundo a revista britânica evo, os novos proprietários podem não estar tão interessados como esteve a Proton há dois anos, quando aprovaram o "plano quinquenal" de Bahar, e daí que ele foi esta semana para Kuala Lumpur para os convencer que o seu plano é o melhor para reavivar a marca. "Este período difícil para a Lotus acabará no final de março, que é quando saberemos se a DRB-Hicom irá manter com o nosso plano de negócio. Estou esperançado que sim, mas acho que as hipótese são de 50/50", afirmou.  

Desde há muito tempo que há dúvidas sobre os planos demasiado expansionistas de Bahar em relação à marca fundada por Colin Chapman, quer em termos de automobilismo, quer em termos de carros de estrada. A ideia dele de fazer uma "Ferrari britânica", num mercado demasiado cheio de marcas, e ainda por cima, com as vendas a decrescerem no Reino Unido, é considerada pelos críticos como louca, e suspeita-se que ele fez isso à custa dos dinheiros malaios. Agora que a Proton já viu o buraco onde se meteu e também com os prejuízos da casa-mãe, conhecidos recentemente, provavelmente vender a marca - e as suas fábricas - a outro grupo pode ser a melhor maneira de se livrar de Bahar sem pagar o dinheiro da indemnização.

Contudo, a revista evo conta alguns desenvolvimentos interessantes: o Esprit, do qual já havia 400 encomendas ordenadas, e que deveria estar na estrada em meados de 2013, viu a sua apresentação adiada para 2014, enquanto que o Exige e o Evore GTE também virão a sua comercialização adiada. Mas mesmo com isto, eles não param: a Lotus quer abrir uma loja na chique Regent Street e vai ser a marca que patrocinará, em julho, a Goodwood Festival of Speed. Haverá dinheiro para tudo isto?

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