segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Os trinta anos do fim da Fittipaldi

Faz hoje 30 anos que a equipa Fittipaldi fez a sua última corrida, no parque de estacionamento do Ceasar's Palace, em Las Vegas. A matéria, escrita por esse "russo" louco de seu nome Rian Assis (o Rianov do F1 Nostalgia), falou com o Ricardo Divila, que ajudou a desenhar a esmagadora maioria dos chassis da equipa, e com Wilson Fittipaldi, a pessoa que fez andar o projeto, e ambos disseram a mesma coisa: foi a falta de dinheiro que fez extinguir o projeto, após oito temporadas, 120 Grandes Prémios e 44 pontos conquistados.

"Senti demais, tivemos um prejuízo pessoal muito grande, e esperava contar com mais apoio. Tentamos muito a Petrobras, mas não conseguimos nada. E me admirou muito ela estar patrocinando uma equipe inglesa anos depois. São coisas típicas brasileiras. O governo não viu o lado positivo, independente de ser um Fórmula 1, a quantidade de tecnologia que tínhamos armazenada virou um nada do dia para a noite. Depois, tentei patrocinador aqui no Brasil de tudo quanto é forma, mas tivemos que parar, infelizmente", afirmou Wilson Fittipaldi.

Divila diz na entrevista que, muito provavelmente, poderiam estar bem perto de fazer um excelente chassis. Ele afirma isso pelo facto de terem contratado um jovem britânico muito promissor, que em pouco tempo tinha mostrado o seu talento. Seu nome? Adrian Newey.
"Ele se propôs a trabalhar com a gente, pois eu precisava de um assistente no túnel de vento. E o cara era formado em aerodinâmica e aeroespacial. Seu projeto de conclusão da faculdade foi um carro do Grupo C. Olhei aquelas papeladas que ele trouxe e o contratei na hora. Em aerodinâmica ele é realmente muito bom. Em estrutura, geometria de suspensão, tinha melhores, mas em aerodinâmica, era espetacular. Eu, que já tinha 10 anos de experiência em túnel, assim que ele chegou, já o deixei assumir tudo. O F10 [chassis que tinham desenhado para a temporada de 1983] tinha cara que seria bom. Pelo menos o que nós antecipamos de engenharia, vimos que seguiu naquela linha", afirmou Divila.

E pelo que ele e outros dizem, provavelmente o primeiro carro que Adrian Newey poderia ter desenhado na Formula 1 poderia ter sido um Fittipaldi, em vez do March 881, que deu excelentes resultado à equipa e a Ivan Capelli, em 1988. Mas nem todos os seres humanos tem paciência ou visão de futuro. O "aqui, agora e já" ainda dominam as nossas mentalidades, para além de, em certos aspectos, o não acreditar nas nossas capacidades e louvar o que vêm de lá fora - não interessa o país - faz com que muitos projetos, por muito bem intencionados que sejam, acabem em fracasso.

E só agora, 30 anos depois do fim da Fittipaldi, é que as pessoas começam a valorizar o projeto e a louvar os seus pioneiros. Faz lembrar os parentes que sentimos a falta deles quando morrem...

Para lerem o resto da história, vão ao Total Race, a partir deste link.

1 comentário:

Juanh disse...

Fittipaldi Team: un orgullo latinoamericano.
Abrazos!