segunda-feira, 22 de outubro de 2012

GP Memória - México 1967

O campeonato do mundo de 1967 era um assunto que tinha de ser resolvido entre dois candidatos ao título, ambos curiosamente da mesma equipa: a Brabham. Dennis Hulme era o lider, com cinco pontos de avanço sobre Jack Brabham, o segundo classificado. Apesar de patrão e empregado estarem em luta direta, não havia hierarquias, era apenas "que vencesse o melhor piloto". 

O neozelandês, com 47 pontos, estava na melhor situação, bastando apenas ser quarto classificado para comemorar o campeonato. Para o australiano, com 42 pontos, a situação não estava boa, e para piorar as coisas, caso pontuasse, teria de deixar cair dois pontos, pois tinha alcançado o limite de corridas onde poderia pontuar. Assim sendo, Brabham só seria campeão se vencesse e Hulme abandonasse a corrida.

A grande novidade neste Grande Prémio era que a Ferarri iria colocar um segundo carro, para o britânico Jonathan Williams. Na Cooper, Jochen Rindt decidiu abandonar a equipa antecipadamente, ele que já se tinha decidido juntar à Brabham, no lugar de... Hulme. É que este tinha decidido aceitar o convite do seu compatriota Bruce McLaren para correr na sua equipa, não só na Formula 1, como na Can-Am e nas corridas americanas, nomeadamente as 500 Milhas de Indianápolis. 

Mas se a Cooper tinha perdido Rindt, em compensação, via regressar Pedro Rodriguez, já recuperado de um acidente que tinha sofrido a meio do ano em Enna-Pergusa, numa corrida de Formula 2.

A qualificação resultou na pole-position para Jim Clark, no seu Lotus-Cosworth, seguido pelo Ferrari de Chris Amon. Dan Gurney era o terceiro, no seu Eagle, seguido pelo segundo Lotus de Graham Hill. Jack Brabham e Dennis Hulme eram respectivamente quinto e sexto classificados, comn John Surtees a ser o sétimo na grelha. Bruce McLaren era o oitavo, e a fechar o "top ten" estavam o Lotus de Moisés Solana e o Cooper-Maserati de Jo Siffert, inscrito pela Rob Walker Racing.

A corrida começou com Amon e Hill na frente, aproveitando a lenta partida de Clark. Isso foi o suficiente para que Gurney tocasse nele. Ambos os carros prosseguiram, mas o americano tinha um buraco no radiador, que o fez abandonar à quarta volta. O escocês cedo apanhou o ritmo e aproximou-se de Amon, para o passar. Pouco tempo depois, foi a vez de Hill ser apanhado por Clark e o ultrapassar, ficando na liderança. Hill acabaria por desistir na volta 18, vítima de uma avaria na transmissão do seu carro.

Atrás, Brabham tinha chegado ao terceiro lugar, mas Hulme ficava atrás dele, em marcação ao seu patrão. À medida que as voltas passavam, tornava-se evidente que nem Brabham se aproximava de Amon e Clark, nem Hulme se afastava dele. Logo, o campeonato se desenhava cada vez mais a favor do neozelandês.

Perto do final, Amon começou a ter problemas com o seu motor, que começava a funcionar mal. Tinha pouca gasolina no seu carro e acabou por ser passado pelos Brabham antes de Clark cortar a meta. Por essa altura, com quase com um minuto e meio de vantagem, o escocês vencia pela segunda vez consecutiva, igualando o recorde de Juan Manuel Fangio, de 24 corridas. Brabham e Hulme ocuparam o pódio, com o neozelandês a conseguir 51 pontos e a dar à Nova Zelândia o seu primeiro título de campeão. 

Amon tinha cortado a meta no quinto lugar, mas os comissários não contabilizaram a sua última volta, que o consideraram demasiado lenta, e caiu para o nono lugar da geral. Assim, nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Honda de John Surtees, o BRM de Mike Spence e o Cooper de Perdo Rodriguez.  

1 comentário:

Rui Amaral Lemos Junior disse...

E Jimmy venceria a primeira corrida do ano seguinte, e encontraria seu destino!
Linda a foto dele!