terça-feira, 27 de maio de 2014

O pioneiro do dia - Vincenzo Lancia

Um piloto forte e determinado, que se tornou um construtor por mérito próprio e uma pessoa influente na história dos automóveis em Itália. Podemos resumir assim a vida de Vincenzo Lancia, um dos primeiros nomes automobilísticos que a Itália teve. A sua carreira não foi longa como corredor, mas teve a força suficiente para se tornar um construtor e fazer da sua marca uma das mais duradoiras em Itália e ter nome no automobilismo até aos dias de hoje.

Nascido a 24 de agosto de 1881 na pequena vila de Fobello, nos arredores de Turim, era o filho mais novo de um “oriundi” que tinha feito fortuna na Argentina, para regressar a Itália e fazer uma fábrica de sopas. Com jeito para os números, de inicio pensou ser contabilista, mas depois apaixonou-se pela engenharia, especialmente pela novidade que era o motor de automóvel.

Em 1898, aos 17 anos, tornou-se contabilista de um importador de bicicletas, Giovanni Battista Ceirano, onde nas horas livres, aprendia o oficio da engenharia, bem como o design e construção de máquinas. Com o tempo, aprendeu o suficiente para fazer reparações mecânicas quer em bicicletas, quer no novo brinquedo da alta sociedade. No ano seguinte, Ceirano e a sua empresa virou a Fiat e Lancia tornou-se num dos seus empregados, nomeadamente, inspector dos veículos que iam para a estrada.

As suas qualidades impressionaram os patrões e aos 19 anos, era o principal piloto de testes da marca, e no ano seguinte, seria piloto da marca nas competições em que participava. Em 1900, na segunda corrida em que participou, o Torino-Sassi-Superga, terminou como vencedor, dando a primeira vitória de sempre à marca de Turim.

Com o passar do tempo, Lancia mostrou-se como um piloto veloz, normalmente o mais veloz de todos os seus concorrentes, mas as suas máquinas normalmente não conseguiam acompanhar o seu ritmo e destruíam-se pelo caminho. Foi por isso que não alcançou a vitória em três provas importantes: a Taça Gordon Bennett de 1905, a Targa Flório de 1906 e o primeiro Grande Prémio de França, no mesmo ano. Contudo, já tinha feito nome em Itália, quando venceu a Coppa Flório de 1904.

Em 1906, aos 25 anos, funda a marca com o seu próprio nome, apesar de continuar a guiar pela Fiat por mais dois anos, até começar a construir os seus próprios automóveis, como o Alfa 12HP, vendendo mais de cem exemplares, alguns deles servindo para corrida. Em poucos anos, outros modelos sucederam-se, e Lancia dedicou-se mais aos negócios do que à competição.

Se Lancia em público era um homem perfecionista com os seus carros, em privado, era um “bonvivant”. Amante da boa comida e da ópera (especialmente Richard Wagner). Apesar de tudo, a sua dedicação à empresa é tal que se casa tarde, aos 41 anos, com a sua secretária, Adele Miglietti, tendo três filhos, entre eles Gianni Lancia. Ao longo dos anos, para além da sua marca, torna-se apoiante do automobilismo no seu país. Torna-se num dos apoiantes da construção do Autódromo de Monza, em 1922, e é um dos fundadores da casa de design Pininfarina, em 1930.

Vincenzo Lancia morre a 15 de fevereiro de 1937, aos 55 anos, vitima de ataque cardíaco. Foi enterrado no mausoléu da família, em Fobello.

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