Faltam três dias para aquela que deve ser a prova da década, especialmente depois dos eventos da corrida anterior, em Sepang. Sempre se pode dizer que "nada como uma boa polémica para encher um autódromo", e é verdade: os bilhetes estão esgotados há muito no circuito Ricardo Tormo, em Valencia.
Esta tarde, o Tribunal de Apelo decidiu que não iria dar provimento ao recurso de Valentino Rossi em relação ao adiamento da penalização de três pontos e a ser obrigado a largar da última fila da grelha de partida. Rossi, de uma certa maneira, aceitou o pedido e afirmou que a única coisa que se arrepende foi ter reagido à provocação de Marc Marquez.
"No final (...) apenas me arrependo de não ter seguido a minha linha normal - mas aparte isso, é melhor falamos sobre este fim de semana", começou por dizer já em Valência. "Infelizmente, partir do final da grelha torna tudo muito difícil, já seria difícil de qualquer maneira, mas a partir do último posto faz com que as coisas na corrida se tornem muito mais difíceis em muitos pontos de vista."
"Mas eu estou aqui, e nós temos que estar concentrados e tentar o máximo, para fazer um bom trabalho durante o fim de semana e chegar competitivo o mais rápido quanto possível para domingo. E após o início, [vamos] ver o que acontece."
Bem vistas as coisas, parece que a Moto GP é uma coutada espanhola. A Dorna, organizadora da competição, é espanhola, há quatro corridas em solo espanhol, e boa parte dos patrocinadores e pilotos, a começar por Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo, são espanhóis. E com tanta coisa em jogo, eles tem de fazer com que no final, ganhe um espanhol, ou tenham monopólios espanhois no pódio. Valentino Rossi é o "intruso" no meio disto tudo.
Não digo que Rossi é o culpado (de uma certa forma, é) ou o Marquez andou a provocar o tempo todo (as imagens comprovam isso). Mais para além disso, parece que voltei 26 anos no tempo, quando Alain Prost e Ayrton Senna zangaram-se a sério e lutaram sem dó nem piedade por um campeonato que acabou em polémica, em Suzuka, com um presidente politico, que decidiu usar as regras a seu favor (A minha decisão é a melhor decisão) e "deu" o campeonato para Prost. Se a Dorna "deu o campeonato" para Jorge Lorenzo porque acha bem ter um piloto espanhol no seu palmarés, isso é problema deles, e que arquem com as consequências.
Mas há muita gente que deseja que o pelotão abra alas a Rossi e que tudo corra mal para os espanhois, que é para ver como engolirão uma pilula bem dolorida de ver Rossi campeão na sua coutada. Seria a vingança perfeita. Mas sei também que independentemente do resultado, será uma bomba atómica esta corrida de domingo!
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