segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

No Nobres do Grid deste mês...

No final da tarde de 29 de novembro de 1975, um pequeno avião Piper Aztec, PA 23-250 sem matricula voava para o norte de Londres, vindo de Paul Ricard. Lá dentro, aos comandos do avião, ia Graham Hill, de 46 anos, que meses antes tinha encerrado a sua longa carreira de piloto, e como passageiros estavam Tony Brise, o piloto da marca, e que aos 23 anos tinha-se estreado na Formula 1 e era considerado um dos mais prometedores do pelotão, o projetista Andy Smallman, o diretor técnico Ray Brimble e os mecânicos Tony Alcock e Tery Richards. Smallman tinha desenhado o Hill GH2, que tinha sido testado naquele dia na pista francesa com resultados prometedores, e mais dois mecânicos que faziam parte da equipa. Hill tinha alguma pressa em chegar a Londres, pois nessa noite iria a um jantar com potenciais patrocinadores para a temporada de 1976, apesar de ter o apoio dos cigarros Embassy, o patrocinador principal.

Como era costume, aquela zona de Londres estava envolvida em nevoeiro, mas Hill decidira confiar no seu instinto e aterrar numa pista de Elstree, no norte da capital. O britânico receava não ter tempo – e depois se soube, gasolina suficiente… - para contornar o nevoeiro e aterrar numa pista livre de obstáculos. E ainda por cima, o dia estava a chegar ao fim, e a visibilidade era essencial para uma boa aterragem. (...)

Há precisamente 40 anos, Graham Hill tinha por fim pendurado o capacete, depois de 18 temporadas de sucesso, com dois títulos mundiais, cinco vitórias no Mónaco e 176 corridas a enganar a morte. Correndo até aos 47 anos, na última parte da sua carreira decidiu montar a sua própria equipa, primeiro com chassis Shadow, e depois construindo os seus próprios chassis, em 1975. Com o apoio dos cigarros Embassy, Hill teve olho em contratar pilotos talentosos como Tony Brise e Alan Jones, que lhe deram três pontos na sua temporada de estreia como construtor. E para alem disso, conseguiu sete voltas como lider de corrida através de outro piloto, o alemão Rolf Stommelen, no infame GP de Espanha, em Montjuich.

Contudo, todas essas promessas terminaram numa tarde de nevoeiro, nos arredores de Londres, quando o seu Piper Aztec embateu contra uma árvore, matando a ele e à sua equipa, incluindo Tony Brise. É sobre esta história fabulosa com final trágico que conto este mês no Nobres do Grid.

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