terça-feira, 3 de outubro de 2017

No Nobres do Grid deste mês...

(...) É claro que muitos de vocês poderão dizer agora que ainda faltam seis corridas para o final do campeonato, e que Hamilton poderá escorregar numa corrida mais à frente, mas para mim, sabendo como são os motores e a sua resistência, estou cético. Não creio que haja quebras até lá. E colocando um pouco esse pessimismo em ação, eu digo que no passado domingo, dia 17 de setembro, nos primeiros metros do GP de Singapura de 2017, as ambições da Ferrari de bater Lewis Hamilton e ser campeã do mundo no final da temporada esfumaram-se. Por culpa própria, diga-se.

O tal nervosismo? Talvez, mas numa altura em que todos querem ganhar, poucos são os que têm nervos de aço. E mesmo os que tem essa fama podem falhar. Olhem para o que fez Kimi Raikkonen, por exemplo.

Quanto à manobra da partida, digamos que não é nada que não tenha visto nos mais de 30 anos que vejo de Formula 1. Senna fez isso vezes sem conta, Prost e Mansell também, Schumacher fazia isso. Aliás, Vettel faz isso desde os seus tempos de kart, só que raras são as vezes que acabam em carambolas. É muito chato assistir às declarações nas redes sociais de pessoas que congelaram nas suas mentes uma Formula 1 romantizada que só existe nas suas cabeças, quase como se fosse um mito. E em muitos aspectos, é um mito. Daí achar que pedir ao alemão uma penalização que nunca existiu na história do automobilismo... não direi que roça a estupidez, mas fico com ideia de que ele deve ser penalizado não só pelos seus erros, mas também pelos erros de gerações anteriores. Já teve o que merecia, não é preciso uma manobra de secretaria.

Vou reforçar aquilo que digo, afirmando diretamente: Vettel perdeu 25 pontos e o título. Tirá-lo por uma corrida seria bater no ceguinho, sentenciar o campeonato a favor de Hamilton, sem garantias de que ele ou a Ferrari iriam aprender com isso. A FIA é politica, a Formula 1 é politica, e a Ferrari ainda pesa, mesmo depois de Bernie Ecclestone ter saído do edifício. A ideia da "Formula 1 pura" que muitos gostariam de “voltar a ver” só existe nas suas imaginações e é um pouco como os gambuzinos: não existe, e quem anda à procura deles só faz figura de barata tonta. (...)

Já passou mais uma corrida desde Singapura, e o resultado só veio reforçar aquilo que disse na altura: é um campeonato praticamente decidido. Agora com 34 pontos de diferença, apesar da recuperação de Sebastian Vettel do último lugar até à quarta posição, não se vislumbram acidentes ou retiradas para Lewis Hamilton, praticamente o único piloto que ainda não sofreu acidentes ou problemas mecânicos. Nesta altura, a cinco corridas do fim, Hamilton poderá ser campeão do mundo em Interlagos. E torcer para que Vettel tenha outro azar para que tudo aconteça mais cedo.

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