sexta-feira, 5 de abril de 2019

No Nobres do Grid deste mês...

No domingo do GP da Austrália, em Melbourne, os Williams acabaram nas duas últimas posições da corrida, com o britânico George Russell a ficar na frente de Robert Kubica, que quebrou a sua asa dianteira e perdeu quase uma volta para a substituir. O facto que Russell ter terminado com duas voltas de atraso, uma na frente do regressado piloto polaco, até poderá parecer uma humilhação para quem já têm sete títulos de Construtores, com tempos mais lentos daqueles que fizeram em 2017, mas de uma certa forma, foi o culminar de um inferno que o FW42 passou e irá passar até que os problemas sejam resolvidos.

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Em 2018, a Williams conseguiu apenas sete pontos. Se acham que foi um mau ano, sim, é verdade, mas piores foram as temporadas de 2011 e 2013, onde conseguiu cinco pontos em cada uma desses anos. Claro, pelo meio teve dois ótimos anos, 2014 e 2015, onde foi terceiro classificado nos campeonatos de Construtores, com Felipe Massa e Valtteri Bottas. Não venceu, mas conseguiu com o FW36 e o FW37, um conjunto de treze pódios, uma pole-position e duas voltas mais rápidas. Contudo, desde 2016 até aos dias de hoje, conseguiram apenas dois terceiros lugares, um com Bottas ao volante, outro com Lance Stroll, no GP do Azerbeijão de 2017. Esse foi o seu último pódio.

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Tudo começou quando a 17 de fevereiro, véspera dos primeiros testes coletivos da Formula 1, em Barcelona, surgiu o rumor de que o FW42, previsto para ser mostrado no dia seguinte, só iria surgir dois dias depois, na quarta-feira. Aparentemente, havia problemas graves de estrutura, de alinhamento. Tinha de ser redesenhado por causa da instalação do sistema de arrefecimento dos travões, problema detectado na semana anterior, quando montavam o carro.

Um site, o "The Judge13", citava uma fonte interna da equipa, que dizia o seguinte: "[O carro] foi mal desenhado. Não foi uma questão de construção. As partes não estão a alinhar direito e não se consegue construir um sistema de travagem [no carro] porque simplesmente, não cabe".

No dia em que o carro finalmente rodou na pista catalã, outro artigo, no jornal britânico The Telegraph, arrasava totalmente a reputação dos seus dirigentes - Paddy Lowe e Claire Williams - e chegou a usar a palavra "motim", algo do qual nunca pensei ouvir de uma equipa sete vezes campeã do mundo de Construtores. (...)

Cinco anos depois de terem sido terceiros classificados no Mundial de Construtores, a sua melhor classificação desde 2004, a Williams arrastou-se até ao fundo do pelotão. Maus chassis, apesar do motor Mercedes, fizeram com que as coisas se agitassem em Grove, ao ponto de Paddy Lowe se ter distanciado da equipa, a liderança de Claire Williams ser fortemente contestada e Patrick Head, que estava reformado desde 2011, ser de novo chamado à equipa para ajudar a erguê-la dos escombros e salvar o que pode do chassis atual - talvez construir um chassis B e fazer um melhor para 2020 - para que as temporadas de Robert Kubica e George Russell não sejam desperdiçadas.

Toda esta história atribulada e muito mais conto este mês no Nobres do Grid.

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