sexta-feira, 26 de abril de 2019

The End: Hubert Hahne (1935-2019)

O alemão Hubert Hahne, um dos pilotos alemães mais importantes dos anos 60, morreu na quarta-feira aos 84 anos. Era o irmão mais velho de Armin Hahne, famoso por correr em Turismos duas décadas mais tarde, e tio de Jorg van Ommen, piloto que andou no inicio dos anos 90 no DTM alemão, ao volante de um Mercedes.

Apesar da sua carreira ter sido mais focada nos turismos, também teve participações nos monolugares, especialmente na Formula 2, onde foi ice-campeão em 1969, bem como quatro participações na Formula 1 entre 1966 e 1970, três deles quando os carros de Formula 2 podiam participar, embora sem pontuar para o campeonato. Para além disso, foi campeão europeu de Turismos em 1966, ao volante de um BMW, equipa onde correu em boa parte da sua carreira.

Nascido a 28 de março de 1935 em Essen, Hahne começou a correr em 1960 com um NSU, mas três anos depois, passou para um BMW 700CS, começando a sua carreira nos Turismos no ano seguinte, quando a marca bávara decidiu apostar a sério na categoria. Acabou por ser campeão nacional, e no ano seguinte, pegou no modelo 2002, e em 1966, deu nas vistas quando venceu as 24 Horas de Spa-Francochamps ao lado de um jovem local, então com 21 anos, chamado Jacky Ickx. No final desse ano, tornou-se campeão europeu e foi o primeiro piloto que fez menos de dez minutos no Nordschleife, numa corrida de suporte do GP da Alemanha.

Nessa altura, também aposta nos monolugares. A Formula 2 já existia há algum tempo, mas foi nesse ano que decidiram fazer um campeonato europeu. Alinhou nesse ano num chassis Matra, inscrito pela Tyrrell, onde acabou no nono posto. Nos dois anos seguintes, andou com chassis Lola, com motor BMW, pela equipa oficial, alternando com as provas nos Turismos. 

O seu grande ano foi 1969. Piloto oficial da BMW, ao lado de Gerherd Mitter e do austríaco Dieter Quester, num pelotão recheado de pilotos de Formula 1, o seu melhor resultado foi um segundo lugar em Hockenheim, no Jim Clark Trophy. Contudo, como os pilotos de Formula 1 não podiam pontuar no campeonato de Formula 2, em duas ocasiões, ficou com os pontos máximos, acabando vice-campeão, com 28 pontos, menos nove que o campeão, o francês Johnny Servoz-Gavin.

Mas também foi nesse ano que sofreu o seu ponto mais baixo. Durante a qualificação para o GP da Alemanha, Mitter sofreu um acidente fatal no Nordschleife, obrigando à retirada dos carros da BMW, incluindo Hahne, da grelha de partida.

Em 1970, a aventura da BMW não corria muito bem na Formula 2, e ele decidiu correr com um chassis March no GP da Alemanha. Foi a primeira e que alinhou num chassis de Formula 1, mas conseguiu o pior tempo e não alinhou na prova. Um mês depois, o seu amigo Jochen Rindt morre em Monza, e aos 35 anos, achou que era a melhor altura de pendurar o capacete.

Depois, viu os seus familiares terem carreiras nos Turismos, especialmente o seu irmão Armin, enquanto era o representante da Lamborghini na sua Essen natal.

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