segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Sobre a eventual continuidade da Mercedes

Ainda faltam dois dias para se saber se a Mercedes continua para lá de 2020, mas a apresentação das suas novas cores, esta manhã, poderá indicar duas coisas: ou a continuidade da marca está assegurada para além dessa data, mas com menos dinheiro vindo da Alemanha, ou então que, mesmo com uma eventual retirada como construtora, Toto Wolff ficaria ali para manter a equipa como sua. 

Quem viu as "novas cores", na realidade foi a apresentação de dois novos patrocinadores: a marca de relógios IWC e o grupo petro-químico britânico Ineos. São dois patrocinadores que assinaram acordos de longa duração, e a estes já se tinha juntado a AMD, a fabricante de componentes elétrónicos que apoiou a Ferrari na temporada passada. Não se faz muita ideia qual é o impacto que estas marcas têm no orçamento da Mercedes, mas com um orçamento que suplanta os 400 milhões de euros para um retorno mediático de mais de 3,5 mil milhões de euros, esta injeção de dinheiro tem de ser grande para compensar eventuais cortes, que é o que provavelmente poderá acontecer na reunião desta quarta-feira.

E nessa reunião pode estar mais além de meros assuntos financeiros. A Mercedes também está na Formula E e poderá querer ter mais atenções nessa competição, com um orçamento bem menor, mas com maior margem de desenvolvimento de tecnologia para colocar nos seus carros de estrada, à medida que as marcas apostam na electricidade. Logo, dar prioridade a um futuro mais longínquo, sem largar a sua herança automobilística, pode ser uma escolha bem acertada.  

Resta saber se esses (eventuais) cortes irão afetar, por exemplo, a massa salarial dos seus pilotos. É que apesar de Lewis Hamilton ter negado que já tenha entrado em negociações com Toto Wolff em relação a uma alteração salarial, é óbvio que o britânico quer um salário ainda mais alto que têm agora, apesar de ser seis vezes campeão do mundo.

Resta saber também é se a marca fará um carro de 2021 capaz de continuar o seu domínio na Formula 1, já que normalmente, quando existe mudanças profundas nos regulamentos, há sempre alguém que sabe construir um chassis melhor do que os outros e fez com que alcançasse uma vantagem quase impossível de apanhar, como fez a Mercedes em 2014, do qual até então não teve rivais à altura.

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