Tenho visto por estes dias muitos dos meus amigos blogueiros, de ambos os lados do Atlântico, a comentarem as iniciativas de duas equipas da actual pelotão da Formula 1: a Spyker e a Red Bull.
Da marca de bebidas energéticas, é o pão nosso de cada dia para eles, afinal, é para compensar a pobreza de resultados (desde 2005 na Formula 1, somente um pódio). Mas eles apostam imenso na aventura e na excentricidade... Este fim de semana foram a Cartagena das Indias, na Colombia, onde fizeram uma demonstração com o português Filipe Albuquerque ao volante. Até aqui, tudo normal, com milhares a delirarem com a presença do carro.
Não tão normal foi a iniciativa da Spyker: decidiram fazer um teste com um F-16 da Força Aérea Holandesa. Entre fãs, convidados e imprensa, estima-se que forma mais de dez mil os espectadores presentes para assistir a tão inusitado duelo, na Base Aérea de Volkel, na Holanda.
Inicialmente, a vantagem foi para o homem da Spyker, mas mas nos 700m finais o F-16, literalmente, voou, vencendo a “batalha” por escassa margem. A uma velocidade que rondou os 450 km/h, o avião cumpriu o percurso cerca de 15 segundos. Para Albers, esta foi só mais uma “derrota”, mas o dia era para o espectáculo:
"Ainda tive alguma esperança quando vi o avião pelo retrovisor, mas assim que este ganhou velocidade, percebi que nada havia a fazer. Passou por mim, e parecia um foguete! Nunca tinha estado tão perto de um F-16 e comparar a prestação de ambos foi uma experiência deveras interessante", referiu Albers. Perdem com todos, até com um F-16...
Mas se acham que é algo novo, enganam-se: Gilles Villeneuve fez esta demonstração em 1981, e ganhou ao avião! E ainda falo de outra pessoa com um "parafuso a menos": Lord Alexander Hesketh.
Actualmente com 57 anos, Barão desde os cinco, e apaixonado pelos automóveis, em 1972 conheceu Anthony "Bubbles" Horsley, e compraram um chassis Surtees (mais tarde um March) para apoiar a sua estrela: James Hunt. Durante os dois anos seguintes, a equipa era conhecida pelas inumeras festas que fazia fora do paddock, com imensas mulheres e champanhe a jorros. A ezxcentricidade era lei, e teve resultados: Hunt ganhou o GP da Holanda de 1975, uma vitória aclamada por muitos...
A Hesketh acabou em 1978, e o Barão chegou a ser ministro no tempo de John Major, tornando-se depois presidente do BRDC (British Racing Drivers Club) entre 1993 e 2000.
Em jeito de conculsão: a Formula 1 é um grande circo, e estas demonstrações são uma prova disso. Se no futuro virem o Fisichella e o Kovalainen a fazer de domadores de leões, não se admirem. Faz parte do negócio...
3 comentários:
Era obrigatório simpatizar com uma equipe como a do Lord Hesketh, não? Esses entusiastas que comprava chassis na década de 1970 davam um tempero muito legal para a F1... Sem falar nos pilotos que criaram os seus times para desafiar os gigantes (com graus variáveis de sucesso, mas sempre com elegância e muita vontade): Merzario, Fittipaldi, Hill, Surtees, Brabham...
Muito interessante seu post.
Equipes como a Red Bul e a Spyker não estão na f1 por vitórias. Nem resultados expressivos os interessam. Apenas aparecer. divulgar a marca o maximo possivel. E com carros lentos tomando voltas a toda hora eles aparecem bastante na tv. Leia no meu blig o post sobre a Forti Corse. Uma equipe italo brasileira que tinha mais ou menos a mesma função.
Abraços deste lado de cá do atlântico.
Ron Groo
Amigo Groo:
Já tinha lido o post sobre a Forti há uns dias atrás. De facto, na altura pensei que aquilo tinha sido formado pelo Abílio Diniz para dar um poiso ao seu filho. Mas como já vi pior...
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