A corrida do passado que trago para hoje é marcante por vários aspectos. Não só porque faz agora 25 anos que decorreu, como também foi a prova em que correram apenas 14 carros, resultado de um boicote feito pela equipas que integravam a FOCA, (Formula One Constructors Association). Mas também foi a corrida que (e digo isto com autoridade) foi a sentença de morte para um grande piloto de Formula 1: Gilles Villeneuve.
Mas os acontecimentos de Imola tinham acontecido quase um mês antes, no Grande Prémio do Brasil. No final da prova, Nelson Piquet tinha ganho, enquanto que o finlandês Keke Rosberg conseguia, com a sua Williams, o segundo lugar. Contudo, os comissários de pista descobriram que ambos os carros tinham lastros de água, no sentido de se tornarem mais leves à medida que a prova avançava. Resultado: ambos os carros foram desclassificados e Alain Prost, então terceiro classificado, foi declarado vencedor.
AS equipas FOCA não calaram a sua revolta com a decisão, pois achavam que era a maneira deles apoiarem as equipas FISA, com motores Turbo (Ferrari, Renault, Alfa Romeo). Sendo assim, depois da corrida de Long Beach, ocorrida no dia 4 de Abril, e que resultou na vitória do regressado Niki Lauda, as equipas FOCA decidiram boicotar a prova seguinte, o GP de San Marino.
Nessa prova, participaram as seguintres equipas: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Osella, ATS, Tyrrell (por causa dos patrocinadores italianos que apoiavam o piloto “da casa” Michele Alboreto) e a Toleman.
Nos treinos, o Renault de René Arnoux levou a melhor sobre o seu companheiro Alain Prost, seguidos pelos Ferrari de Gilles Villeneuve e de Didier Pironi. Logo a seguir na grelha, vinha o Tyrrell de Michele Alboreto e o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli.
A corrida não teve grande história durante muito tempo. Os Renault partiram na frente, com os Ferrari logo atrás. Mas à sexta volta, Alain Prost parava com um motor partido, deixando Arnoux sozinho contra a “Scuderia Ferrari”. Quando Arnoux teve problemas no seu Turbo à volta 44, os Ferrari ficaram sozinhos na frente, causando não só o delírio entre os “tiffosi”, como os responsáveis decidiram que ambos os carros tinham que chegar ao fim inteiros. Sendo assim, o chefe de equipa, Mauro Forgheri, decidiu que a hierarquia deveria ser respeitada, ou seja: Villeneuve primeiro, Pironi segundo, e mostrou um painel dizendo “+46 SLOW”, significando para que diminuíssem o ritmo.
Contudo, o piloto francês achava que ele deveria ganhar a corrida, pois julgava que era melhor piloto que o talentoso canadiano. E sendo assim, decidiu surpreender Villeneuve, passando para a liderança na volta 47. Sentindo-se traído, reagiu, e até à volta final, ambos os pilotos lançaram-se num duelo sem tréguas. As ultrapassagens eram feitas nos limites, num duelo verdadeiramente fratricida. O talento de Gilles vinha ao de cima, mas a reacção de Pironi era fenomenal. Na volta 59, Villeneuve tinha passado para a dianteira e reduziu o ritmo, mas o francês tira-lhe o comando de novo para não mais o largar.
No final da corrida, as expressões faciais eram mais do que evidentes: Villeneuve furioso, Pironi contente, pois era a sua terceira vitória na sua carreira, a primeira na Ferrari. Sendo um piloto combativo, mas leal, Villeneuve nunca perdoou a traição do piloto francês, e chegou até a insinuar que no final da época iria abandonar a equipa em favor da Williams. A Ferrari lançou um comunicado criticando o piloto francês pelo seu comportamento na corrida.
Mas os acontecimentos de Imola tinham acontecido quase um mês antes, no Grande Prémio do Brasil. No final da prova, Nelson Piquet tinha ganho, enquanto que o finlandês Keke Rosberg conseguia, com a sua Williams, o segundo lugar. Contudo, os comissários de pista descobriram que ambos os carros tinham lastros de água, no sentido de se tornarem mais leves à medida que a prova avançava. Resultado: ambos os carros foram desclassificados e Alain Prost, então terceiro classificado, foi declarado vencedor.
AS equipas FOCA não calaram a sua revolta com a decisão, pois achavam que era a maneira deles apoiarem as equipas FISA, com motores Turbo (Ferrari, Renault, Alfa Romeo). Sendo assim, depois da corrida de Long Beach, ocorrida no dia 4 de Abril, e que resultou na vitória do regressado Niki Lauda, as equipas FOCA decidiram boicotar a prova seguinte, o GP de San Marino.
Nessa prova, participaram as seguintres equipas: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Osella, ATS, Tyrrell (por causa dos patrocinadores italianos que apoiavam o piloto “da casa” Michele Alboreto) e a Toleman.
Nos treinos, o Renault de René Arnoux levou a melhor sobre o seu companheiro Alain Prost, seguidos pelos Ferrari de Gilles Villeneuve e de Didier Pironi. Logo a seguir na grelha, vinha o Tyrrell de Michele Alboreto e o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli.
A corrida não teve grande história durante muito tempo. Os Renault partiram na frente, com os Ferrari logo atrás. Mas à sexta volta, Alain Prost parava com um motor partido, deixando Arnoux sozinho contra a “Scuderia Ferrari”. Quando Arnoux teve problemas no seu Turbo à volta 44, os Ferrari ficaram sozinhos na frente, causando não só o delírio entre os “tiffosi”, como os responsáveis decidiram que ambos os carros tinham que chegar ao fim inteiros. Sendo assim, o chefe de equipa, Mauro Forgheri, decidiu que a hierarquia deveria ser respeitada, ou seja: Villeneuve primeiro, Pironi segundo, e mostrou um painel dizendo “+46 SLOW”, significando para que diminuíssem o ritmo.
Contudo, o piloto francês achava que ele deveria ganhar a corrida, pois julgava que era melhor piloto que o talentoso canadiano. E sendo assim, decidiu surpreender Villeneuve, passando para a liderança na volta 47. Sentindo-se traído, reagiu, e até à volta final, ambos os pilotos lançaram-se num duelo sem tréguas. As ultrapassagens eram feitas nos limites, num duelo verdadeiramente fratricida. O talento de Gilles vinha ao de cima, mas a reacção de Pironi era fenomenal. Na volta 59, Villeneuve tinha passado para a dianteira e reduziu o ritmo, mas o francês tira-lhe o comando de novo para não mais o largar.
No final da corrida, as expressões faciais eram mais do que evidentes: Villeneuve furioso, Pironi contente, pois era a sua terceira vitória na sua carreira, a primeira na Ferrari. Sendo um piloto combativo, mas leal, Villeneuve nunca perdoou a traição do piloto francês, e chegou até a insinuar que no final da época iria abandonar a equipa em favor da Williams. A Ferrari lançou um comunicado criticando o piloto francês pelo seu comportamento na corrida.
Alguns dias mais tarde, numa entrevista para a revista britânica “Motorsport”, contada anos depois no livro “Formula 1 Autobiography”, Villeneuve afirmou a seguinte frase: “Nunca mais falarei com Pironi para o resto da minha vida. Ele agora é meu inimigo”. Menos de 15 dias depois, numa curva do circuito de Zolder, o talentoso canadiano saia da vida para entrar na História…
1 comentário:
Sendo esta prova composta por 14 carros somente, na altura senti que seria um GP da treta. No fundo quase que assim foi.
Até ao momento da desistência dos Renault não tinha acontecido nada de especial. Mesmo a partir dai só nas voltas finais assistimos ao duelo Pironi/Villeneuve. Lembro-me que fiquei contente com a vitória de Pironi, já que nessa altura torcia pelo françês.
No entanto lembrei-me de Monza 79, mas acho que as situações eram diferentes, aqui em 82, a luta pelo titulo ainda estava no inicio e ainda era cedo para jogos de equipa.
A sensação de desforra de Gilles foi uma das causas do seu impeto mal calculado paa a prova de Zolder...
Paulo Marques - F1PAM
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