quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O final de uma era, e o milagre que não foi bem assim...

Há exactamente vinte anos atrás, a temporada de Formula 1 mais dominante de sempre chegava ao fim. Na Austrália, Alain Prost garantia à McLaren a sua 15ª vitória em 16 possiveis, um numero que poderia ter sido alcançado, caso a falta de paciência de Ayrton Senna tivesse levado a melhor, no momento em que ultrapassava, na última volta, o Williams de Jean-Louis Schlesser...

Na corrida que assinalava o final da Era Turbo e via Riccardo Patrese igualar a marca de longevidade, que então pertencia a Graham Hill e Jacques Laffite, de 176 Grandes Prémios, o GP da Australia via também a última vez que um piloto da Lotus subia ao pódio, seis anos antes do final de uma das marcas mais míticas da Formula 1.

falei sobre esta corrida em Março, quando foi a abertura do campeonato. E já agora, recupero uma coisa que o Ivan Capelli, no seu blog, contou sobre o excelente desempenho inicial de Gerhard Berger, ao volante do seu Ferrari, que liderou calmamente a corrida até ser abalroado pelo Ligier de René Arnoux...


«(...) O "milagre" dos italianos naquele dia, na verdade, foi operado por um santo de barro. O fato é que a equipe sabia que não tinha muito a fazer naquela corrida em Adelaide. Não encontraram um bom acerto e o motor consumia muito combustível. Como na época os reabastecimentos eram proibidos, o time sabia que, para conseguir terminar aquela prova, precisaria andar num ritmo muito lento. A solução? Correr desenfreadamente, sem qualquer preocupação em chegar ao final, apenas para dar show. E Berger conseguiu.


O mais saboroso de toda a história foi a confissão feita pelo austríaco anos mais tarde, em seu livro "Na Reta de Chegada". Berger admitiu que bateu em Arnoux de propósito, era uma forma "digna" de encerrar aquele show. Nas palavras do piloto:



"Cheguei a dois carros retardatários; o que estava mais à frente era o Ligier azul de René Arnoux. Era perfeito, pois Arnoux era um dos pilotos mais inoportunos, do tipo que nunca olhava nos retrovisores e estava sempre no caminho de alguém. Assim, passei pelo primeiro carro e por Arnoux também, em uma só manobra um tanto ambiciosa em que o pneu traseiro do Ligier entrou em minha frente, uma pequena batida, acabou, finito."»

1 comentário:

Marcos Antonio disse...

o que se pensou ter sido uma fatalidade,foi apenas um pretexto pra se evitar o vexame...