terça-feira, 20 de outubro de 2009

GP Memória - México 1969

O México vivia um período de turbulência, um ano depois de ter organizado os Jogos Olímpicos e a poucos meses de receber o Mundial de futebol, onde iria ver as 16 melhores selecções do mundo. Sendo o centro do mundo desportivo, receber a última prova do Mundial de Formula 1 daquele ano, numa temporada onde a decisão do título acontecera mais cedo, devido ao domínio avassalador de Jackie Stewart, a importância talvez estivesse diminuída. E os pilotos encaravam esta passagem de um modo mais descontraído.


Dezassete pilotos estavam inscritos na corrida mexicana. A única grande novidade era na Lotus, onde apesar de Graham Hill ter ficado lesionado, Colin Chapman não o substituiu. Em vez disso, foi buscar de novo John Miles, que iria correr no Lotus 63 de quatro rodas motrizes que tinha sido corrido por Mário Andretti, em Watkins Glen. O outro carro de quatro rodas motrizes, o Matra MS84 era pilotado por Johnny Servoz-Gavin.


Na qualificação, os melhores foram Jack Brabham e Jacky Ickx, com os seus Brabhams. O fundador e piloto principal tinha conseguido a proeza de ficar no primeiro lugar na grelha, mostrando-se rápido aos 43 anos de idade, em claro contraste com os 24 anos do veloz piloto belga, que tinha ficado atrás dele… na segunda fila ficou o Matra de Jackie Stewart, tendo a seu lado o McLaren de Dennis Hulme. Na terceira fila estava o Lotus-Cosworth de Jo Siffert, inscrito pela Rob Walker Racing, que tinha sido mais rápido do que o carro oficial de Jochen Rindt. Na quarta fila ficaram Bruce McLaren, no seu carro, e o segundo Matra de Jean-Pierre Beltoise. Para fechar o “top-ten” estavam o Brabham privado de Piers Courage e o BRM de John Surtees.


Na volta de aquecimento, Bruce McLaren teve problemas com a injecção de combustível e não conseguiu largar para a corrida. Quando isso aconteceu, Stewart conseguiu passar os Brabham de ficou com a liderança. Rindt e Hulme seguiam-nos, com o neozelandês a pressionar o austríaco desde o início. Nas voltas seguintes, via-se que Hulme tinha o melhor caro do pelotão, pois na segunda volta passou Rindt e na volta seis, passa Brabham para ser terceiro classificado.


Contudo, no final dessa mesma volta, Stewart tem problemas e cai na classificação, deixando o neozelandês da McLaren no segundo posto, e perseguindo Ickx. A perseguição ao líder dura quatro voltas, até à volta dez, altura em que Hulme consegue ser mais veloz e o ultrapassa, tomando a liderança da corrida.


Entretanto, Stewart conseguiu recuperar até ao quarto posto, atrás de Jack Brabham, e as posições ficaram estabilizadas durante boa parte da corrida, com a acção toda mais atrás. Rindt era o quinto, mas na volta 21, a suspensão do seu Lotus cedeu, quando este bateu numa berma, e foi obrigado a abandonar. Como John Miles tinha feito o mesmo na terceira volta, devido a um problemas na bomba de combustível do seu Lotus 63, cedo Colin Chapman ficou sem carros. Assim sendo, o quinto posto ficou nas mãos de Jean-Pierre Beltoise, no segundo Matra, tendo atrás de si Jackie Oliver, no seu BRM.


As coisas ficaram assim até ao final da corrida, e quando a bandeira de xadrez foi mostrada, na volta 65, Hulme tinha conseguido a sua primeira vitória do ano para a McLaren, enquanto que Jackie Oliver conseguia o seu único ponto do ano. No oitavo lugar, a duas voltas do vencedor, ficava Johnny Servoz-Gavin, no seu Matra MS84 de quatro rodas motrizes. Seria a última vez que um carro de quatro rodas motrizes era visto numa corrida de Formula 1.


E assim acabava a temporada de 1969 na Formula 1. O domínio de Jackie Stewart e da Matra num pelotão reduzido mostrava ainda mais o domínio da marca francesa, que graças aos motores Cosworth, se tornava no primeiro chassis francês a vencer o campeonato de construtores. Contudo, numa temporada experimental e revolucionária em muitos aspectos, os perigos de tais experimentos nos carros, pilotos e espectadores, fez com que a entidade automobilística de então a CSI (Comission Sportive International), regulasse a altura das asas, em nome da segurança. A próxima temporada iria revelar outros perigos, mas isso falar-se-á na sua devida altura.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1969_Mexican_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr184.html

2 comentários:

Unknown disse...

só da temporada 1969 dá pra falar comprido, né?

interesante como há dias para que uma nação "conheça" um esporte.da história da frança na f1, este é um dos capitulos mais legais. foi nestes dias que foi alimentada a mistica da torcida francesa na categoria.

Germano disse...

eu tinha feito uma sequência de posts sobre os carros 4x4 inclusive o Cosworth F1...