sexta-feira, 2 de setembro de 2011

GP Memória - Itália 1956


Após um mês de paragem, a Formula 1 deslocava-se para o circuito de Monza para a última corrida do Mundial de Formula 1 daquele ano. Numa disputa a dois entre Ferrari e Maserati, existiam três candidatos ao título nas duas marcas: o britânico Peter Collins, o francês Jean Behra e o argentino Juan Manuel Fangio. Eram praticamente duas gerações em pista, pois a diferença de idades entre o argentino e o britânico Collins, ambos da Ferrari, era de quase... vinte anos.

Fangio chegava a Monza praticamnte campeão, pois tinha 30 pontos, contra os 22 de Behra e Collins. Mas poderia haver a ligeira hipótese do britânico ganhar o título, pois caso vencese e fizesse a volta mais rápida, que dava aquele "ponto extra", o inglês poderia ser o primeiro de sempre a vencer o título. E essa hipótese - remota, é certo - seria real caso Fangio não chegasse ao fim.

A Ferrari alinhava com... seis carros na corrida italiana: um para Fangio, outro para Collins e dos restantes, dois eram para os italianos Luigi Musso e Eugenio Castelotti, outro para o espanhol Alfonso de Portago. Para finalizar, o sexto carro era para um jovem alemão que fazia a sua estreia na Formula 1: Wolfgang Von Trips.

Na Maserati, alinhavam quatro carros oficiais, para Stirling Moss, Behra, o espanhol Paco Godia e um jovem sueco chamado Joakim Bonnier. Ainda havia Maseratis a linhar por equipas privadas, como a Scuderia Centro Sud, que alinhava com o suiço Toulo de Grafenried, a Gilby Engeneering Co, para Roy Salvadori, a Scuderia Guastalla, guiada por Gerino Gerini, e a inscrição privada de Luigi Piotti.

A Vanwall estava de regresso às pistas depois da sua ausência no GP da Alemanha. Alinhava com três carros, para o veterano italiano Piero Taruffi, o americano Harry Schell e o francês Maurice Trintignant. Outra equipa britânica, a Connaught, levou três carros oficiais para Monza para Ron Flockhart, Les Leston e Jack Fairman. Para finalizar, a francesa Gordini tinha também três carros, para os franceses Robert Manzon e André Simon, bem como o brasileiro Hernando da Silva Ramos.

Na qualificação, Fangio foi o melhor, querendo consolidar o favoritismo que tinha naquele momento. Castelloti foi o segundo, seguido de Luigi Musso, com uma primeira fila toda a Ferrari. Piero Taruffi era um surpreendente quarto, com o seu Vanwall, enquanto que Jean Behra era o melhor dos Maserati, no quinto posto, seguido por Stirling Moss. O seu compatriota Peter Collins partia da sétima posição, seguido do Maserati de Jo Bonnier. O Marquês Alfonso de Portago era nono no seu Ferrari e a fechar o "top ten" estava o segundo Vanwall de Harry Schell.

A corrida começa com Castelloti a ser melhor do que Musso e Fangio na partida, e lidera nas quatro primeiras voltas. Ambos os italianos puxavam enormemente pelos seus carros, degradando os pneus mais rapidamente do que a concorrência. Moss aproveita a situação, e depois de fazer uma grande partida, em cinco voltas chega à liderança da corrida, pois pouco depois, eles tinham parado para meter pneus novos.

Moss liderava um pelotão que tinha Fangio, Collins e o Vanwall de Schell onde andaram a batalhar pelo comando. Entretanto, Collins também parou para meter pneus novos e atrasara-se. E tinha razões para parar mais cedo: os seus companheiros Portago e Castelotti tiveram os seus pneus rebentados devido ao seu desgaste e o italiano tivera um acidente na nona volta, sem consequências para ele.

A partir daqui, as coisas estiveram estáveis até que na volta 30, Fangio parou nas boxes com um braço da suspensão partida, obrigando a abandonar. Como enzo ferrari não queria perder o título de forma alguma, sinalizou a Luigi Musso para encostasse e cedesse o seu carro a Fangio. Surpreendentemente, Musso recusou, pois queria ardentemente vencer a corrida, pois naquela altura era o segundo - após a retirada de Schell. Pouco depois, na volta 35, Collins para o seu carro para fazer uma troca de pneus e quando soube da situação, resolveu ceder o seu carro para o argentino. Um gesto de desportivismo que abdicava das suas hipóteses de vitória a favor do argentino.

Com ele no carro de Collins, partiu no encalço de Moss, que não sendo candidato, poderia causar mossa. Na volta 46, porém, Moss ficou sem combustivel e parecia que Musso iria ganhar. Mas outro Maserati, o de Luigi Piotti, encostou-se ao de Moss e o empurrou até às boxes para lhe dar uma hipótese de vitória. Ao mesmo tempo, o voltante de Musso quebra e ele é obrigado a abandonar. Com isto, Moss recupera a liderança, mesmo com Fangio bem atrás dele... no carro de Collins.

No final, Moss venceru e Fangio foi segundo classificado, mas a comemorar o seu quarto título mundial, o terceiro consecutivo. E no carro de Collins, os pontos iriam ser divididos a meias. Com uma razia entre os carros da Ferrari, da Maserati e da Vanwall, o terceiro lugar foi para o Connaught-Alta de Ron Flockhart, naquele que viria a ser o unico pódio oficial para a marca. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Maserati de Paco Godia e o segundo Connaught-Alta de Jack Fairman.

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