Esta segunda-feira fui confrontado com um rumor interessante: a Playboy Portugal estaria prestes a fechar as suas portas. Eu sei que a edição de setembro já deveria estar nas bancas há algum tempo, mas já estamos a meio do mês e até agora... nada, nem sequer uma ideia do que vai ser este mês. E das duas uma: ou agora vão sair de forma bimestral (ou seja, uma vez a cada dois meses), ou então, estão a preparar-se para irem embora de vez. Pela segunda vez.
Esta segunda-feira, o site "Dinheiro Vivo" fala que o diretor, Marco Reis, abandonou a revista no final de agosto, em conjunto com Luís Merca, o consultor editorial e antigo diretor da Maxmen; Bruno Lobo, o editor e Alexandra Li Ching, a diretora comercial. Marco Reis fala que a razão da saída tem a ver com "visão divergente da administração". Marco Pimentel, o diretor da Media Page, o grupo que detêm os direitos da revista, ainda não respondeu sobre estes eventos, nem sobre quem vai ser o substituto do diretor.
Estes últimos acontecimentos só vêm carregar ainda mais a reputação da revista, já de si agitada. Como sabem, ela começou da primeira vez em maio de 2009 por uma empresa chamada Frestacom, que terminou em agosto do ano seguinte, depois de uma capa polémica, com Jesus Cristo e algumas modelos nuas, no sentido de homenagear o escritor José Saramago. Na realidade, esse encerramento aconteceu depois das várias irregularidades cometidas por essa empresa, que foram desde salários em atraso até ao não-pagamento às modelos que posaram para a revista.
Desaparecida durante quase dois anos, regressou em maio de 2012, mas com uma falsa partida: a capa com a atriz Rita Pereira foi tudo... menos aquilo que se desejaria, pois a expectativa era que existisse um "full frontal", algo que não aconteceu. Com o passar do tempo, o tiro foi corrigido, mas o estrago estava feito: segundo a Associação Portuguesa para o Controlo da Tiragem e Circulação (APCT), a média de exemplares vendidos nos últimos tempos é de 12 mil, atrás de Men's Health, Maxim e GQ.
Vou ser honesto: quem lê as páginas da Playboy, quer na revista, quer uma rápida visita à sua página do Facebook, nota-se (eu pelo menos noto) um desperdício de nome. Digo isto porque, basicamente, o que se vê ali são promoções de filmes uns atrás dos outros, mostrando a toda a gente que o objetivo do pessoal que comprou o "franchising" foi de fazer publicidade a filmes e mais nada. Outro exemplo que posso dar é a sua conta no Twitter: durante quase um ano, só mandaram um "tweet", para anunciar a criação da conta, mais nada. Mas essas minhas criticas não são de agora: falei disso no ano passado.
Em suma, não se deram ao trabalho de conhecer, nem de se divulgarem nas redes sociais, como faz, por exemplo, a Playboy Brasil. Apenas publicidade e pouco mais. Parece que estão a fazer aquilo como se fosse um frete. Enfim...
Chega-se à conclusão de que a Playboy é algo que não serve a este país. Não no sentido de ter um publico hostil à publicação, bem pelo contrário, mas sim pelo facto de ser feito por pessoas que não sabem fazer ou divulgar uma revista. Quer no primeiro caso, quer no segundo, parece ser um aproveitamento de um nome para outros fins que não o desenvolvimento de uma revista. Em suma, a passagem da Playboy em Portugal está a ser um desperdicio. O que é uma grande pena.
Mas também pode ser dos tempos que vivemos. O jornalismo em papel está a ser uma coisa quase em vias de extinção, devido ao surgimento do digital. Aos poucos, surgem novas experiências "online" e o facto das pessoas passarem mais tempo nos seus telemóveis, portáteis e "tablets" do que gastar dinheiro em comprar edições de papel levam a que, inevitavelmente, as vendas desçam e as margens de lucro diminuam, praticamente até à falência. É certo que projetos no digital, em que as pessoas paguem para ler, vão demorar o seu tempo, mas até lá, o estrago estará feito.
Mas francamente, creio que a história irá registar a experiência portuguesa no mundo da Playboy como um mero desperdício. É essa a minha impressão.
1 comentário:
Concordo plenamente consigo, se a versão Frestacom até era jeitosa, mas a falta de pagamento às famosas bem como colocação de Cristo na capa, ditaram o seu fim, a versão da MediaPage tinha tudo para dar certo, se não tivesse uma direcção mais papista que o papa, se as modelos de capa aparecessem nuas nos ensaios, se fosse mais ousado logo nos primeiros números, basicamente, se fosse mais Playboy e menos catálogo da Intimissimi.
Quando nas Playboys dos outros países até mulheres cinquentonas já posaram (como o caso da filha do Sinatra, Nancy, que posou aos 54), por cá, os tugas têm de se contentar com a GQ que até tem boa vontade e qualidade, mas não despe.
Pode-se dizer também, que a Playboy despe famosas, as famosas nacionais têm algum receio em posar nuas, mas se até forem bem ressarcidas, não vejo porque não. Até porque há versões em países tão inóspitos como a Roménia ou a Mongólia, como se pode ver aqui www.pbcovers.com.
Por último, e porque vejo que é um homem gosta de mulheres bonitas e de carros, ou seja, de bom gosto como eu, sugiro ao Paulo aquilo que eu próprio já fiz: sugerir o regresso da Playboy ao nosso país, a quem de direito. Sugeri a vários editores (Impala, Controlinvest, Cofina, Masemba, Goody, Impresa,...), bem como aos distribuidores de imprensa (Logista, Vasp), uns com respostas de agradecimento pelas mensagens, outros nem isso, mas se decidir faze-lo, bem como se sugerir o mesmo aos seus amigos e conhecidos, quantos mais formos a pedir o regresso da revista, mais será inevitável a uma editora nacional.
Um abraço, do Carlos.
portugues521936@hotmail.com, se desejar responder a este comentário, ou trocar ideias sobre o assunto, esteja à vontade, irei lê-lo com prazer.
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