Bernard Charles Ecclestone chega hoje aos 85 anos de idade. Sem qualquer sinal de que deseja parar, e desbocado como sempre, continua a querer puxar os cordelinhos da Formula 1, uma criação do qual tomou conta há mais de 40 anos e o transformou naquilo que é hoje: uma maquina de gerar dinheiro, com receitas superiores a 1,5 mil milhões de dólares, do qual ele (dizendo melhor, a CVC Capital Partners) fica com cerca de metade. Ecclestone só fica diretamente com cerca de 15 por cento desse capital. E é muito: quase 225 milhões de dólares!
Ecclestone chega a este dia numa altura em que a Formula 1 parece que ficou parada no tempo, do qual ele pouco ou nada quer saber disso. Uma das suas frases, vinda do ano passado, ao afirmar que o que lhe interessa é o velhote de 70 anos com um relógio Rolex no pulso, de uma certa maneira mostra não só o seu politicamente incorreto, como também a atitude arrogante que uma certa hierarquia tem em relação à Formula 1. E para piorar as coisas, quando eles responderam lentamente - se é que responderam - à entrada das redes sociais em ação, aliado ao facto da Formula 1 ser cada vez mais vista em canais pagos, só contribuiu para a sua degradação.
Ecclestone parece que não quer saber disso. Parece que prefere mandar bocas e contar o dinheiro, procurando por "novos ricos" que desejariam ter um lugar no calendário, estando disposto a pagar pelas extravagâncias pedidas por ele. E este está sempre a dizer que a Europa tem os seus dias contados, que só ficará o Mónaco no calendário porque é o unico que recebe de graça. E porque é onde está toda a elite e todo o glamour que ela necessita...
É por isso que em 2016 teremos - parece - uma corrida no Azerbeijão, ainda por cima no mesmo fim de semana das 24 Horas de Le Mans.
Se acham que Bernie tem uma saúde de ferro, pensem de novo. Em julho de 1999, depois de um exame de rotina, foi descoberto que tinha problemas cardíacos e foi submetido a um quadruplo "bypass" como medida preventiva. Na altura tinha 68 anos e muitos não acreditaram que vivia mais 16 anos e sempre ativo, apesar de começar a ir cada vez menos a lugares como a Austrália, pois o seu corpo começa a não aguentar doze horas seguidas de viagem dentro de aviões.
E hoje em dia, apenas se queixa... da barriga: "Tenho que andar mais. Eu costumava correr bastante. Agora fiquei como os políticos: sento e espero que eles venham ter comigo. Eu tenho que mudar isso de novo! Tenho que voltar aos velhos dias em que andava por aí a causar problemas..."
"Eu vou ao médico de vez em quando para fazer exames e ver se está tudo bem. Tomo alguns comprimidos para controlar o colesterol e é isso. Se não tomasse, também não faria muita diferença, eu acho. Até agora, estou saudável!", garantiu Bernie numa entrevista publicada hoje no site oficial da Formula 1.
E ele garante que, apesar da sua idade, ainda não escreveu o seu testamento.
Assim sendo, veremos por aí a dizer o seu palavreado politicamente incorreto, louvando ditadores e remando contra a maré, tanto em termos de motores, como em termos de corridas, dizendo algo que sira para falar dele. Falar mal, mas sempre falando dele e do produto que defende. Porque ele não se importa. Poderemos chamar de arrogância ou outra coisa qualquer, mas ele fala o que pensa e com a idade que tem, já nada o atinge. Nem quando no ano passado a justiça alemã o processou por causa do "caso Gribowsky" e ele resolveu pagando cem milhões de dólares de multa para que o deixassem em paz...
Para o mal e para o bem, Feliz Aniversário, Bernard Charles Ecclestone!
Para o mal e para o bem, Feliz Aniversário, Bernard Charles Ecclestone!
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