segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O asturiano que molda o seu destino

A Formula 1 anda veloz, a em menos de uma semana, saltaremos de um clássico (Spa-Francochamps) para outro (Monza). Contudo, no final desta semana chegaremos a setembro e essa é um mês no calendário do qual. quer queiramos, quer não, coloca-nos perante decisões que necessitam de resposta. E é nesta altura em que precisamos da resposta a uma pergunta: Onde é que Fernando Alonso estará em 2017. McLaren? Williams? Force India? IndyCar?

Tudo parece indicar que a última coisa que ele quer é ficar mais um ano frustrante na McLaren. E nas últimas 24 horas, parece que quer forçar a sua saída. Com umas teorias da conspiração pelo meio. É que durante a corrida, Alonso desistiu, alegando não ter potência no seu motor Honda, depois de ter feito uma excelente largada que o fez pular de 11º para oitavo na primeira volta, antes de perder essas posições para os Force India - entre brigas auto-destruidoras - e o Renault de Nico Hulkenberg

Contudo, a própria McLaren - e a Honda - dizem que o problema não foi no motor, o que faz pensar que talvez, mas talvez, o problema tenha sido outro: uma desistência voluntária, frustrado por andar num carro muito lento e do qual historicamente, disse que o seu motor era de outra categoria. “Ele entrou no rádio e reportou aquilo que pensamos ser um problema com o carro, e, apesar de nada ter sido mostrado nos dados, decidimos parar o carro como precaução”, disse Yusuke Hasegawa.

Para melhorar as coisas, parece que ele só renovaria com a Honda... se esta sair. A ideia surgiu esta segunda-feira na Auto Motor und Sport alemã, que normalmente está bem informada nesse campo. E como provavelmente a equipa de Woking já disse que irá continuar com eles... por falta de alternativas, é provável que ele já esteja a delinear o seu próprio destino.

E é nestas alturas que tu ouves os vários rumores desta temporada. Desde uma que disse que ele poderia falhar Singapura e trocar por Sonoma, a prova final da IndyCar (apesar de isso estar descartado à partida, não parece que morre), surgiu por estes dias relatos de que a Williams estaria interessada no veterano asturiano. Quinta no Mundial de Construtores e com motor Mercedes (mas a ser superada pela Force India pelo segundo ano consecutivo), a ideia seria apoiada por Claire Williams e Lawrence Stroll, o pai de Lance Stroll. Não seria uma má ideia, mas neste momento, a Williams é uma equipa em reconstrução, que tem motor cliente e tem bons elementos, como Paddy Lowe. E mesmo com maus fins de semana, por vezes consegue tirar bons resultados, como aconteceu a Felipe Massa ontem no circuito belga, que partiu de 19º para acabar na oitava posição, graças a uma boa estratégia e os estragos dos outros.

Paddy Lowe vê a ideia com bons olhos: “Precisas de grandes pilotos e grandes carros para venceres corridas. Quanto melhor o teu monolugar, melhor os pilotos que atrais. Com um grande piloto na equipa, todos ficam motivados e trabalham mais. Existem vários pilotos bons, temos de tentar escolher os melhores que conseguirmos”, disse.

Mas há problemas, e um deles já foi dito: a Williams não é a primeira equipa fornecedora de motores. Não tem a melhor evolução do motor Mercedes e a Force India faz melhor com menos dinheiro. O que nos faz pensar nas seguintes ideias: Alonso está encurralado e a partir daqui é sempre a descer, num ocaso competitivo do qual ele não saberá sair a tempo? Ou haverá alguma porta entreaberta para alguma espécie de regresso às vitórias e um último "hurra" antes de poder pendurar o capacete em paz com ele mesmo? Se fossemos pela última frase, poderíamos apontar a Renault, mas eles preferem outro veterano, Robert Kubica, e encher a equipa de dois trintões não é boa politica.

Estamos a poucos dias de setembro - ou se preferiem, a poucos dias de Monza - e é provavel que será ali que Alonso dirá qual vai ser o próximo passo a seguir. Ontem à noite, mesmo depois da corrida, já se via que ele estava de candeias às avessas com Zak Brown, Hasegawa e a McLaren. Tanto que eles já começaram a fazer elogios a Lando Norris, um britânico de 17 anos que lidera a Formula 3 europeia e já testou no McLaren de Formula 1, e eles gostaram dele. Ainda há tempo de corrigir isto tudo e não passar de um arrufo de namorados, mas a ideia de que a segunda passagem de Fernando Alonso está a chegar ao fim, e como em 2007, poderá sair por uma porta (muito) pequena é cada vez mais provável.

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