quinta-feira, 19 de julho de 2018

GP Memória: Grã-Bretanha 1958

Ainda a lamber as feridas da morte de Luigi Musso, e depois de se despedirem de Juan Manuel Fangio, que pendurava o capacete em Reims, em forma de agradecimento pela sua carreira na Europa, máquinas e pilotos atravessavam o Canal da Mancha para competirem em Silverstone, palco do GP da Grã-Bretanha. Vinte carros estavam inscritos na corrida britânica. 

Na Ferrari, havia tensões. Enzo Ferrari pressionava Peter Collins para ser melhor e ameaçava despromovê-lo, mas a intervenção do seu amigo Mike Hawthorn o salvou. Para além disso, a morte de Luigi Musso também significava que não iriam aparecer concorrência para o seu lugar, apesar de terem inscrito um terceiro carro para o alemão Volfgang Von Trips.

A concorrência era totalmente inglesa e pretendia dominar. Cooper, Vanwall e BRM pretendiam dominar, cada um à sua maneira. Se a Vanvall tinha Stirling Moss, Tony Brooks e Stuart Lewis-Evans, na BRM estavam o americano Harry Schell e o francês Jean Behra e na Cooper, Roy Salvadori, Ian Burgess e o australiano Jack Brabham.  

A Lotus tinha três carros inscritos para Cliff Allison, Graham Hill e Alan Stacey, enquanto na Connaught, Bernie Ecclestone tinha inscrito dois carros para Ivor Bueb e Jack Fairman, com ele mesmo como piloto de reserva em caso de necessidade.

Havia também três Maseratis privados inscritos. Dois inscritos pela Scuderia Centro Sud, para o americano Carrol Shelby e para o italiano Gerino Gerini, e um terceiro pelo sueco Jo Bonnier. 

Na qualificação, Moss foi o melhor, acompanhado na primeira fila pelo BRM de Harry Schell e pelo Cooper-Climax de Roy Salvadori. Mike Hawthorn era o quarto, no seu Ferrari, seguido pelo Lotus de Cliff Allison e pelo segundo Ferrari de Peter Collins. Stuart Lewis-Evans era o sétimo no segundo Vanwall, seguido pelo BRM de Jean Behra, e a fechar o "top ten" estavam o Vanwall de Tony Brooks e o Cooper-Climax de Jack Brabham.

Na partida, Collins largou bem e ficou com a liderança, com Moss e Hawthorn atrás. Com o passar das voltas, ele começou a afastar-se da concorrência e quando na volta 26, o motor de Moss explode, fica ainda mais confortável, já que o segundo classificado era o seu companheiro Hawthorn. Lewis-Evans ficou com o terceiro posto, mas pouco depois, Salvadori o passou para ser terceiro no seu Cooper. 

Apesar de na parte final, Hawthorn ter de ir às boxes para reparar uma fuga de óleo, conseguiu manter o segundo posto na frente de Salvadori e Lewis-Evans. O último lugar pontuável ficou para o BRM de Schell. 

A vitória de Collins o colocou no terceiro lugar do campeonato, e poderia potencialmente interferir na luta pelo título com Moss e Hawthorn, mas ele não sabia que este seria a sua última corrida. Dali a menos de duas semanas, a 3 de agosto, no Nurburgring Nordschleife, estaria morto.

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