terça-feira, 14 de agosto de 2018

A imagem do dia

E agora, Fernando? 

Este era o dia que haveria de chegar, era certo. Deveríamos saber disso, mas não queríamos acreditar, queremos deixar isso para um futuro que o empurramos para o mais longe possível, como uma pedra chutada para a frente. Mas dezassete amos de Formula 1, ao mais alto nível, sem diminuir as suas capacidades, é um feito do qual muito poucos podem alcançar. Só mesmo ao nível de um Jim Clark, Jackie Stewart, Michael Schumacher ou um Ayrton Senna ou Juan Manuel Fangio, que ganhou títulos aos 46 anos de idade, sem abrandar.

Pois bem, chegou o dia. Muitos poderão dizer que foi derrotado pelo McLaren pouco competitivo, é verdade. Mas temos de dizer que ele, nestes últimos tempos, tinha a sua cabeça noutros lados. Tinha ido à IndyCar, às 500 Milhas de Indianápolis, e foi recebido como um "rockstar", como os americanos sabem tratar os pilotos de Formula 1. Não ganhou, mas foi o "rookie do ano" para os americanos.

E claro, quando este ano venceu as 24 horas de Le Mans, ao lado de Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi, numa temporada de Endurance que vai ser longa, e do qual se vai empenhar a dobrar, via-se que pretendia outros desafios. Aos nossos olhos - e muitos nem sequer enxergaram - o que ele queria dizer era que existe automobilismo para além da Formula 1. E há muitos que dizem o contrário...

Não creio que vá descansar em 2019. A Endurance está no meio de uma super-temporada que terminará de novo em Le Mans, e ele participará, por causa do seu contrato com a Toyota. A participação na IndyCar poderá ser parcial, apenas com as 500 Milhas e mais algumas corridas para ajudar a McLaren no seu regresso à categoria americana, 40 anos depois de lá ter estado pela última vez.

E ainda há mais um desafio pela frente, caso queira. A Formula E, apesar de ser novata, começa a ser suficientemente atraente para que antigos pilotos de Formula 1 tentem a sua sorte. Alejandro Agag, seu compatriota, sabe perfeitamente que se conseguir convencer a testar o carro da Gen2 este ano, seria um enorme golpe publicitário a o fará pensar na ideia de ser um piloto completo. E caso aceite o desafio, acabando por vencer corridas e o título mundial, poderá ter algo que ninguém terá:

- campeão do mundo de Formula 1
- vencedor do GP do Mónaco
- vencedor das 500 Milhas de Indianápolis
- vencedor das 24 Horas de Le Mans
- campeão da IndyCar
- campeão do Mundial de Endurance
- campeão mundial da Formula E
- vencedor do GP do Mónaco da Formula E

O desafio está aí. E é perfeitamente alcançável.  

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