domingo, 15 de novembro de 2020

A imagem do dia


Road America, 25 de julho deste ano. Um piloto voa espectacularmente na reta da meta a bodo de um Shadow da Can-Am, no ano em que comemoravam com cinquentenário da mítica marca americana, com passagem pela Formula 1 entre 1973 e 1980. O piloto salvou-se sem qualquer arranhão. 

Contudo, infelizmente, o fim de semana trouxe más noticias, pois o piloto contraiu o CoVid-19 e acabou por falecer. O piloto era Jim Pace e tinha 59 anos de idade. Quem não conhecia a personagem fora da América, não sabia que ele tinha uma carreira vasta nos protótipos e na IMSA, tendo conseguido um feito raro: vencer as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring no mesmo ano, em 1996. Bastou apenas 42 dias para Pace entrar nos livros de história do automobilismo americano.

Nascido a 1 de fevereiro de 1961 em Monticello, no Mississipi, começou a correr tarde, em 1988, na Barber Series. Cedo passou para os Sports Cars, e em 1990, ganhou as 24 Horas de Dayton na classe GTU, num Mazda RX-7. Quatro anos depois, venceu na mesma classe o campeonato, num Nissan, e em 1996, tinha já subido à classe principal, correndo num Riley & Scott Mk III-Oldsmobille. E foi ali que ao lado de Scott Sharp e de Wayne Taylor, venceu em Daytona. E depois, com Taylor e o belga Eric Van der Poele, fez o mesmo em Sebring. Para além disso, foi correr nas 24 Horas de Le Mans desse ano, com Sharp e Taylor, onde fizeram 157 voltas antes de abandonarem a prova.

Por uns tempos, Pace dedicou-se a correr apenas em Daytona, especialmente em Porsches, para depois, quando a American Le Mans Series e a Grand-Am se fundiram para reavivar a IMSA, correu unicamente em Daytona e Sebring, entre 2014 e 2016, a bordo de um Riley-BMW. Já por esses dias, corria nos clássicos, a bordo de máquinas de outras eras, onde a sua capacidade de controlo, especialmente dos Can-Am da primeira metade dos anos 70, estava sempre à prova. Nas boxes, as pessoas recordam a sua simpatia e generosidade, e o mundo automobilístico se apressou a elogiá-lo quando soube da sua morte, e para além das recordações dos bons momentos que passaram juntos, de uma personagem cuja falta será sentida. 

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