quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A imagem do dia


Quando falei sobre o incidente do passado sábado durante o rali do Japão, eu julgava que o incidente tinha a ver com um inocente que não sabia que estava a acontecer um rali e entrou na estrada como não se fosse nada. Afinal de contas, a coisa era mais séria, como alguns amigos de lá me explicaram. 

Fala-se em alguns parágrafos. 

Aparentemente, há um grupo de pessoas que são contra a passagem do rali nas suas estradas porque corta a passagem para as suas terras agrícolas, e como saem que as barreiras são escassas - neste caso em especial, o acesso estava barrado por uma simples fita - um deles decidiu usar uma carrinha para entrar na estrada e estacioná-la na entrada da especial, onde naquele momento, estava o Toyota de Elfyn Evans, pronto para arrancar. Se não tivessem lido nas entrelinhas, via-se que era um protesto. Mas como vivemos no outro lado do mundo e não entendemos isto, os que moram lá é que explicaram a situação.

Pior: isto foram atos de sabotagem. O que é grave. E agora entende-se a forte multa que a FIA deu à organização. 

O rali do Japão existe ali por causa de um motivo: Toyota. As classificativas acontecem à volta de região de Gifu, no centro da ilha de Honshu, a maior ilha do arquipélago, depois de no inicio do século, o rali japonês acontecer no norte, aproveitando a organização e as estradas daquilo que era o rali Hokkaido. E o melhor exemplo disso são as três passagens pela super-especial que construíram dentro do Toyota Stadium, casa do Nagoya Grampus. Não digo que seja um rali popular, mas o que espanta - pelo menos, para quem está a milhares de quilómetro do arquipélago -e haver gente que decide resistir à realização do rali, indo a atos de resistência. Isto é, colocar uma carrinha no meio da estrada. 

E daquilo que ando a perceber - uma vez mais, estou a ver isto de muito longe, e só escrevo isto por causa do impacto que isto teve e das conversas e explicações que o pessoal de lá me deu - é que ali, o rali não é apreciado por todos. E parece que a organização negligenciou esta parte da segurança. Afinal de contas, é um dos países mais seguros do mundo... 

De resto, fico a pensar na quantidade de coisas que nos escapam do nosso radar, e são mais sérias que pensamos. Agora, para o ano, tenho de saber se a organização cuidou verdadeiramente da segurança ou se os seus opositores irão atacar com mais força.      

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