sábado, 30 de novembro de 2024

A imagem do dia


Quem assistiu à estória da manobra do Norris e do Piastri na Sprint Race no Qatar, deverá ter pensado em manobras passadas. Acordo-me imediatamente de duas: a do Japão, em 1991, e a de Indianápolis, em 2002. E porque estes e não outros? Porque a ideia era a mesma: uma recompensa pelos serviços prestados. Só que no passado, essas coisas foram mal recebidas, até pelos pilotos. 

Mas agora, parece que as coias foram diferentes. Aliás, o Lando Norris admite que oi uma ideia dele. No final da "sprint race", comentou a manobra da seguinte forma:

"Provavelmente foi um pouco mais próximo do que eu queria. Mas planeei fazer isso desde o Brasil. Exatamente o que achei melhor. Provavelmente foi um pouco incompleto, a equipa disse-me para não o fazer, mas pensei que poderia acabar com isso, e fizemos."

Entendo a generosidade do Norris, mas há um problema: passa a mensagem errada. Por exemplo, os fãs irão considerar isto como uma manipulação. Os fãs querem competição taco a taco até ao final. Não querem companheirismo, desejam "blood sport" - e no tempo das apostas desportivas, pior ainda.  E isso, a multidão não perdoa.

Segunda coisa: depois do que aconteceu na Hungria, também está a passar a ideia de que o britânico não tem o "killer instinct" para ser campeão. Num mundo que odeia os generosos e desejam os implacáveis, irão olhar para Norris com desprezo. E as declarações do Max em relação aos carros da McLaren e Ferrari passam a mensagem de, não só é o melhor, como também que os outros não são implacáveis. Isto é, figurativamente, uma "Guerra dos Tronos".

Veremos amanhã, na corrida. E claro, teremos de saber como será em 2025, onde tudo regressa à primeira forma.

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