Se estivesse vivo, Gilles Villeneuve faria hoje 75 anos. Um dos pilotos mais rápidos e carismáticos do seu tempo, fez toda a sua carreira - menos uma corrida - ao serviço da Ferrari. Contudo, a sua postura em corrida, a de um piloto que defendia e atacava por um lugar até ao limite dos limites, fazia muitas vezes perder posições e corridas. Mas situações como as que aconteceu no GP de França de 1979 ou no GP de Espanha de 1981, onde defendeu até para além do limite a sua posição, consolidou a sua imagem entre os "tiffosi".
Contudo, a 18 de janeiro de 1980, há 45 anos, Gilles comemorava o seu 30º aniversário, e em estado de graça. A Ferrari respirava confiança, depois dos títulos de pilotos e Construtores de 1979, e se Jody Scheckter conseguiu o seu título de pilotos, bem merecido, alguns tinham-se apaixonado pelo estio arrojado do canadiano. E se calhar, se não tivesse errado por algumas ocasiões, como nas corridas da Bélgica e dos Países Baixos, provavelmente, o título poderia ter sido seu.
Esse ano já tinha começado com o novo carro e os números mais cobiçados do automobilismo. Na Argentina, o canadiano tinha lutado pela vitória com gente como Alan Jones, Nelson Piquet e Jacques Laffite. Apenas um incidente na volta 36, quando a sua suspensão cedeu, terminou prematuramente a sua corrida. Um pódio teria sido possível, até para os dois, ele e Scheckter.
Contudo, em Maranello, gente como Ferrari e Mauro Forgheri, o diretor técnico da Scuderia, tinham visto o futuro: iriam fazer um motor Turbo, como os Renault, que tinham inaugurado a era. Iriam demorar algum tempo, e o desenvolvimento do chassis iria ficar um pouco para trás. Mas o que não sabiam era que o 312 T4, o carro que lhes deu o título e tinha conseguido ser um bom carro com uma aerodinâmica razoável, iria ficar ainda mais para trás nesse campo, e iria transformar a temporada que tinha acabado de começar... num inferno.
Mas seria nesses tempos de dificuldade que Gilles iria mostrar algumas das suas capacidades, de pegar nas fraquezas e tirar algumas forças. Insuficientes, muitos dos quais tinham visto com incompreensão, mas deu para se mostrar ao mundo que poderia superar essas dificuldades.
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