Há 45 anos, em janeiro de 1980, a Formula 1 iria começar a temporada em Buenos Aires, na Argentina, algo que costumava acontecer desde 1972. Contudo, por muito pouco, essa corrida não iria acontecer. E a razão tinha a ver com o asfalto.
Janeiro é o verão austral, e nesse tempo, reasfaltar as pistas não era algo que se fizesse tão frequentemente como agora, e quando faziam, era apenas em algumas partes, mas em 1980, o calor tinha sido forte, e no final do primeiro dia de treinos, começaram a aparecer buracos nas curvas mais criticas da pista, as de baixa velocidade (Horquilla, Salida del Ombu e Mixtos), e os pilotos começaram a queixar-se das condições. Mas o pior foi no sábado: despistes atrás de despistes dos vários carros presentes, e as criticas, reuniões e alertas surgiram. E a chance sa corrida ser boicotada pelos pilotos não andou longe de poder acontecer.
A organização começou por colocar uma solução de cimento de secagem rápida, e durante as horas seguintes, enquanto todos falavam - pilotos, organização e Bernie Ecclestone - a solução fazia o seu trabalho e o asfalto não se degradou tão rapidamente como temiam. Contudo, foi um penso rápido do qual na altura da corrida aguentou. O suficiente para que as coisas acontecessem... e se tornar num Grande Prémio onde os mais resistentes sobreviveram.
Gente como Carlos Reutemann andou atrás dos organizadores para que a pista pudesse apresentar condições mínimas para poderem correr e não passar vergonha num local como a Argentina, ainda por cima, numa altura em que era o começo da temporada, e o pelotão estava todo por ali, à espera de uma corrida sem incidentes. Mas não iriam ter.
O que não sabiam era tinha acabado de começar uma das temporadas mais turbulentas do automobilismo. Aqui, tinha a ver com as condições da pista, mas nos bastidores, outro tipo de agitação estava prestes a explodir. Mas sobre isso, saberemos ao longo da temporada.
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