segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A(s) image(ns) do dia (III)




Cinco anos e um dia depois da sua estreia, no mesmo circuito, a Copersucar tinha virado Fittipaldi e estava numa altura de transição, depois de terem adquirido a Wolf e na ressaca de um projeto muito mal sucedido, o F6, e o final da parceria com a Copersucar. E também pela primeira vez na sua história - apesar de algumas corridas em 1976 e 77 - iriam correr com dois pilotos: Emerson Fittipaldi e Keke Rosberg, que tinha vindo no pacote da Wolf. 

Com os WR7 pintados de amarelo e rebatizados de F7, a equipa chegou a Buenos Aires sem muito tempo para se adaptarem. O próprio Emerson reconhecia que a falta de testes iria ter consequências: "Estamos a pagar o preço por não termos testado os carros antes [de virmos para a] Argentina, e agora estamos a ter muitos problemas com o chassis. Não rodam bem e em vários troços do circuito o manuseamento é fraco. Também partimos motores e tudo se tornou complicado.", contava na sexta-feira. 

Foi um fim de semana sempre a trabalhar nos carros, e com outros problemas, como a degradação do asfalto, Emerson tentou se qualificar, e conseguiu. Quase. Conseguiu o 24º e último tempo, enquanto em contraste, Rosberg ficou no 13º posto da grelha. E claro, no domingo, com o calor e o estado da pista, chegar ao fim iria ser no lucro.

E foi o que aconteceu com Rosberg. Sempre agressivo em corrida, pulou para sétimo nas primeiras voltas, e com o passar das voltas e aproveitando as desistências de gente como Gilles Villeneuve, Didier Pironi e Jacques Laffite, René Arnoux e sobretudo, Carlos Reutemann, o seu ritmo foi o suficiente para ficar na frente dos sobreviventes, e a cinco voltas do fim, depois de Jody Scheckter ter ficado sem motor, que não aguentou o calor, o finlandês ainda teve o luxo de ir às boxes para reabastecer, porque tinha espaço para tal.

E por causa disso, deu à Fittipaldi o segundo pódio da sua história, e claro, ele mesmo fazia história: o primeiro finlandês a pontuar na Formula 1 e o primeiro num pódio. Quanto a Emerson, ele também chegou ao final, mas as constantes paragens nas boxes pelos mais diversos problemas fizeram-no perder 16 voltas e acabou não classificado. Um contraste com a edição do ano anterior, onde o piloto brasileiro tinha acabado em sexto com o F5A.  

Apesar de não terem tido muito tempo, e de ter havido muito que fazer, o resultado deixou sorrisos nas boxes. A aposta tinha sido ganha.     

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