sábado, 18 de janeiro de 2025

A imagem do dia (II)




Se estivesse vivo, Pedro Rodriguez de La Vega teria feito 85 anos. Mas como viveu até aos 31, a sua curta carreira - e final trágico - deixou alguns momentos inesquecíveis. Especialmente na Endurance, onde correu pela Ferrari e Porsche. 

A sua carreira na Formula 1 pode não ser resplandecente - existe há quem diga que o seu irmão Ricardo era melhor, e tivesse tido um melhor palmarés, caso não tivesse sofrido o seu acidente mortal em 1962, no GP do México - mas quando se fala da Endurance, a estória é outra: vencedor das 24 Horas de Le Mans em 1968, triunfador em Daytona e Sebring, dos poucos que ganhou em Spa-Francochamps, en 1970, na Formula 1, e no ano seguinte, na corrida dos 1000 m, ao lado de Jackie Oliver.

Mas uma das suas últimas grandes realizações automobilísticas aconteceu menos de um mês antes do seu acidente mortal. Foi em Zandvoort, a 21 de junho de 1971, o palco do GP dos Países Baixos. Num fim de semana com a chuva a mostrar-se, ele e Jacky Ickx, dois dos melhores pilotos a correr debaixo de chuva, foram os melhores na qualificação ficando bem perto um do outro: quatro centésimos de segundo.

Numa corrida de 70 voltas, ambos os pilotos não se afastaram um do outro, mesmo com condições pouco agradáveis. Ickx esteve sempre na frente, mas o mexicano não andava longe, e à medida que ambos se afastavam do pelotão, por ter um ritmo de corrida superior ao resto, acabaram por dar... uma volta à concorrência!

No final, oito segundos separaram ambos os pilotos, a favor de Ickx. Foi a única vitória do piloto belga numa temporada dominada por Jackie Stewart, e pela primeira vez desde 1967, o pódio não teve nenhum piloto com motor Cosworth presente. Afinal de contas, foram dois Ferraris e um piloto com motor BRM. E para Rodriguez, foi o seu único pódio da temporada e o último dos sete pódios que alcançou na Formula 1. O próximo mexicano a subir ao pódio só aconteceria no século seguinte, com Sérgio Pérez.     

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