quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A redistribuição dos prémios

A recém-criada FOTA (Formula One Teams Assotiation), presidida por Luca di Montezemolo, tem agora algumas grandes questões para resolver entre as equipas. E uma delas passa pela redistribuição dos mais de 500 milhões de dólares de prémios monetários, vindos maioritariamente das transmissões televisivas, que as equipas recebem por ano.


O principio actual, instituído há muitos anos, é que as dez primeiras classificadas no Mundial de Construtores recebem quantias diferenciadas, consoante a sua classificação final no ano anterior. Os valores nunca foram divulgados, para evitar invejas e polémicas, mas fala-se que a Ferrari e a McLaren recebem 120 milhões de dólares cada um, enquanto que, por exemplo, o décimo colocado, recebe à volta de 15 milhões.

Agora, segundo a matéria escrita no Autosport desta semana pelo jornalista Luis Vasconcelos, as equipas querem reconfigurar esse sistema, fazendo com que esses 500 milhões sejam equitativamente distribuidos, ou seja, cada um receberia 50 milhões de dólares das receitas televisivas.

Como é obvio, esta medida tem o voto contra das equipas de topo, mas as equipas independentes (Force India, Red Bull, Williams e Toro Rosso), tentam por todos os meios convencer três dos construtores para se juntarem à luta. E se conseguirem convencer Honda, Toyota e Renault a votarem favoravelmente, a mdeida pode passar, pois bastam sete votos (2/3 dos votos necesários, ou seja, maioria qualificada) para que qualquer medida seja aprovada.

Frank Williams, o veterano "garagista", disse de sua justiça em S ingapura: "Se as equipas da frente continuarem a receber mais dinheiro, as diferenças só podem é aumentar, pois elas também são as que têm patrocinadores mais valiosos. Por isso, mais do que um uma questão de competição estamos a falar duma questão de sobrevivência, pois as equipas pequenas serão esmagadas se a situação não se inverter."



Outra questão que se levanta é o destino a dar aos nove milhões de dólares que seriam destinados à Super Aguri, antes desta falir e abandonar a competição. Colin Kolles, da Force India, diz que o dinheiro deveria ir para a equipa, pois segundo ele: "foi por força da nossa acção, no Tribunal Arbitral, que a equipa fechou as portas, pelo que esse dinheiro pagaria os custos que tivemos com essa acção que beneficiou todas as outras equipas, pois deixámos de ter um competidor que não tinha direito a estar nos Grandes Prémios, por não ser um construtor." Que ave de rapina...

Uma coisa é certa: se isto for verdadeiro, então acho bem que se tente redistribuir os prémios a que têm direito, pois em alturas de crise, este deve ser pago por todos. Por outro lado, não são só a Ferrari e a McLaren que sustentam a Formula 1, mas sim todos eles. Se um ou dois construtores abandonarem a competição, acham que a Formula 1 sobreviverá com, por exemplo, 16 carros?

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