segunda-feira, 20 de abril de 2009

Formula 1 - Ronda 3, China (Revista da Blogosfera)

A prova de Xangai, terceira corrida do campeonato do Mundo de Formula 1 de 2009, foi marcada pela chuva e pela primeira vitória da Red Bull… e logo com dobradinha! Na prova onde os Brawn GP foram por fim batidos, mas ficaram com os lugares a seguir, e onde a Ferrari não conseguiu pontuar, igualando o seu pior “score” em 28 anos, a Blogosfera comentou a corrida chinesa e as performances de máquinas e pilotos, muitas das vezes polvilhadas com travos de ironia e algum sarcasmo, e não só na língua portuguesa, como podem reparar… Eis uma selecção.


Se nas duas primeiras corridas a novata Brawn conseguiu duas incríveis vitórias, a Red Bull, de apenas cinco anos de idade, confirmou que a F1 está sendo dominada em 2009 pelas equipes novas, em contraste com as veteranas Ferrari, McLaren e Williams. Para coroar essa força jovem, Sebatian Vettel, de 21 anos de idade, conquistou sua segunda vitória na curta carreira e deu a Dietrich Mateschitz o prazer de ver suas duas equipes com uma vitória cada, sempre conquistada por Vettel. E nesse domingo ainda teve o gostinho da dobradinha de Mark Webber, o que coloca a equipe como uma rival direta a Brawn, que fez uma corrida para marcar pontos e veio logo em seguida.(…)


A corrida desse ano foi a que teve menos emoção, o que já significa uma mudança significativa com relação aos outros anos, pois uma corrida com chuva era sempre celebrada para que houvesse uma mudança no status quo da categoria. Hoje a chuva trouxe erros e ultrapassagens, mas isso também vimos nas duas primeiras corridas no seco e a expectativa é de um campeonato assim, cheio de alternativas e supresas. As três primeiras corridas não trouxe um panorama definitivo da temporada, mas muitos pilotos já estão sendo chamuscados pela comparação com seus companheiros de equipe ou pelas circunstâncias das provas. A única certeza até agora é que esse Vettel é simplesmente bom demais!

João Carlos Viana, jcspeedway


(…) la carrera, sin el maldito SC, ha sido de las de no olvidar, porque la lluvia cumple la misión de descubrir ante nuestros ojos a los mejores pilotos. En este orden de cosas, me quedo con el nivelazo que está adquiriendo y demostrando Vettel, veloz ayer sobre seco y hoy sobre mojado, seguro, maduro y muy agresivo siempre. Mi Felipe hasta que su Ferrari ha dicho basta (¿no decían que sobre agua se ahogaba?). Buemi peleando sobre su Toro Rosso. Glock, mojando una y otra vez la oreja de su compañero Trulli con su enorme consistencia. Y Fernando, con un ornitorrinco recién estrenado, exprimiéndolo al máximo y sin poder exigirle más (ha pagado caro los dos intentos de hacerlo).


La lluvia también pone de relieve las carencias de unos y otros, no lo olvido, y por ello me veo en la obligación de tirar la toalla en mi tradicional defensa de Nelson Piquet (¡la madre que lo parió!). He echado de menos que Sutil siga sin firmar después de mostrarse sencillamente soberbio con su pobre Force India, hasta que ha clavado el morro contra las protecciones presa de sus propios nervios (¿y el Safety?). Y lamento que Nico y Robert hayan parecido hoy lo que no son.

Para terminar, no me gustaría dejar de mencionar que el G.P. de China ha significado la rúbrica del buen trabajo realizado en Red Bull desde que abandonaran la filosofía de coches anuncio la temporada pasada (Webber ha sido un digno segundo en el podio, ayudando a firmar el doblete); la demostración de que los Brawn no son intocables, como se temía; y la constatación de que el tiempo perdido se está recuperando a marchas forzadas (McLaren, a pesar del excesivo nerviosismo que ha mostrado Hamilton, ha cubierto con creces un primer tramo de evolución muy prometedor).Todo está abierto de nuevo. Muy abierto.

Orroe, N U R B U R G R I N G


Uma frase de um professor meu ecoou durante as voltas de Xangai. Diz ele que uma tatuagem revela mais sobre quem a vê do que sobre quem a faz. O GP da China parece análogo: diz muito mais a respeito de quem assistiu do que a respeito de quem pilotou.Não, claro, que tenha sido mudo, muito pelo contrário. Vettel se confirmou como estrela em ascensão, candidato a ser a próxima estrela. Button se manteve na ponta do campeonato. Barrichello talvez tenha perdido a última oportunidade de mudar sua reputação. Hamilton parece não saber qual direção deve seguir – fora e dentro da pista. A Ferrari parece ter voltado aos tempos pré-Jean Todt.


Confirmação, confirmação, confirmação. Não é estranho que, em uma corrida com chuva, tantas hipóteses tenham obtido comprovação empírica? Não é mais estranho ainda que ninguém tenha julgado a corrida como particularmente chata?Na terceira prova de um campeonato que prometia mais ultrapassagens, chegou-se à terceira prova em que o pole vence a corrida. E, no entanto, os espectadores não reclamam.Não obstante, os GPs da Malásia e da China foram furiosamente atípicos. Mesmo assim, o padrão dos anos anteriores se repete: corridas vencidas no sábado. Com uma diferença. Essa máxima era abalada em corridas com chuva. Já não é mais. Que as mudanças no regulamento trouxeram mudanças ‘políticas’ na categoria, com a inversão de forças, a vitória de equipes outrora pequenas, é inegável, mas será que toda essa revolução seria apenas cosmética? A Fórmula 1 trocou de espírito ou tão somente de esmalte?


Talvez daqui a dois ou dez anos tenhamos a exata medida de o quão satisfatório é essa Fórmula 1 2009, da precisa influência do pacote aerodinâmico, do que realmente mudou, se mudou.


Você assistiu ao GP da China na frente da televisão e, quem sabe, se surpreendeu com o que viu. Mas você não se deu conta de que, ao mesmo tempo, a Fórmula 1 também assistiu a você: ela também ficou surpresa com que viu.

Daniel Medici, Cadernos do Automobilismo


Quando as imagens surgiram na tela e a pista estava molhada – para ser bonzinho – temi pelo pior. Esperava uma prova equilibrada, ainda que com leve favoritismo aos carros de Ross Brawn, e pensei que a chuva atrapalharia.


A largada, ainda sob a égide do safety car reforçou esta má impressão. Achei até que não agüentaria assistir a corrida que se avizinhava monótona. Ameaçando até neutralizar as vantagens e desvantagens da diferença de combustível nos tanques.Alonso e a Renault de Flávio Briattore resolveram mudar a estratégia e por mais gasolina, só que foram traídos pela largada em movimento. O que na prática resultou em que o asturiano largou dos boxes e na ultima posição.

Porém, quando o Mercedão prateado apagou suas luzes e se recolheu aos boxes, o que se apresentou diante de nossos olhos foi um show. Show de Sebastian Vettel, que sob temporais e pistas quase impraticáveis é um verdadeiro imperador.


Tocada segura, firme, elegante e principalmente: rápida. Não foi nenhuma vez sequer ameaçado em seu reinado na pista chinesa. Imperou de ponta a ponta (se não contarmos as paradas de boxe) pelos carros da Brawn e por seu companheiro de equipe Mark Webber.

(…)

1B e Button ficando um pouco mais para trás.

Então o inevitável acontece. 1B aparece na classificação atrás do inglês. Era questão de tempo, e que ninguém se engane se 1B se classificar algumas vezes na frente de Jenson. Era assim também na Ferrari e a história todo mundo aqui sabe como acaba. E vão argumentar que 1B erro a freada e passou reto na ultima curva do circuito, mas, insisto. Se não fosse ali seria nos boxes, ou mesmo em uma ordem do tipo: “Deixe passar pelo campeonato.”. Tem coisas que não mudam nunca.
(…)

Ao fim a festa foi mesmo do alemãozinho das águas. Em segundo seu companheiro ornitorrinco, seguido pelo primeiro piloto da Brawn. A chuva, que parecia que novamente atrapalharia o espetáculo até ajudou. Mas para nossa sorte não vai chover no Bahrein. Porque se cair água lá no deserto ai teremos toda a certeza do mundo que a F1 mudou de vez.

Até o clima.


Ron Groo, Blog do Groo


A Red Bull não tem KERS, não tem um difusor duplo mágico, mas tem Adrian Newey e Sebastian Vettel. O genial designer inglês projetou nos últimos três anos carros “anfibios” que foram capazes de entregar vitórias a Vettel hoje e no ano passado em Monza, mas também capazes de fazer brilhar o único estreante esse ano, o também jovem Sebastian Buemi, que caçou e ultrapassou Kimi Raikkonen no início da prova e segurou o super campeão Fernando Alonso durante várias voltas.


De um lado sortudo por ser atingido por Sebastian Buemi sob difíceis condições de visibilidade, o talentoso Sebastian dominou toda a corrida, mesmo tendo uma estratégia de corrida fragilizada pela chuva inicial. Mesmo assim, as Brawns não tiveram força para transformar essa aparente vantagem estratégica em um desafio maior às duas Red Bulls.


Dessa vez o propalado difusor da Brawn não fez a diferença, mas ainda assim Jenson Button fez uma corrida firme e mínima em erros, enquanto Rubens Barrichello, depois de saída de pista, perdeu ritmo frente ao seu companheiro de equipe, voltando a ganhar posições após a sua primeira parada nos boxes, chegando ao final em 5º, à frente de Heikki Kovalainen. O finlandês finalmente fez uma corrida limpa, marcando pontos e deixando Lewis Hamilton para trás.

(…)

Becken Lima, F1 Around

(…) Cornetada a parte, a corrida de hoje deixou bem clara a quantas anda e andará esse campeonato: nada é de ninguém, ganha aquele que for mais esperto e mais competente. Não mudou muita coisa, mudou tudo da ultima temporada para essa. Equipes consideradas fortes no ultimo campeonato, amargam posições péssimas e carros medíocres.

O olho sempre maior que a barriga impediu as tais equipes de pensar no futuro, foco é bom, mas é bom um foco que se faça enxergar o todo.

Todo o grid (ou quase todo) se provou excelente, temos literalmente uma safra admirável de pilotos, o que ajuda e muito nessa salada que transformou-se a temporada corrente.

Os carros NÃO se resumem a difusores, fato. Red Bull fez história hoje sem difusor nem KERS, um carro excelente que não precisou de nada mais que muita competência e dedicação para ser concebido.

O KERS, novamente o KERS, esse gritou algumas vezes, mas não fez a diferença, utensílio que mais atrapalha do que ajuda, presente de grego da FIA as equipes que resolveram adotá-lo.

A temporada dos gigantes parece finalmente ter começado, Button está na frente, mas ainda não é inalcançável, pilotos tão sedentos quanto, vem correndo em busca de seu lugar. Ultrapassagens, ultrapassagens e mais ultrapassagens, a coisa pega fogo e a gente se segura no sofá pra tentar não perder nada, o que vem parecendo ser uma tentativa vã.

Semana que vem, no Bahrein, mais um round simplesmente indecifrável e “inapostável” para contemplar aqueles que acordam cedo ou não dormem, e vem tendo recompensas dignas dos deuses.

Até mais.

Ingryd Lamas, Athena Grand Prix

Sem comentários: