domingo, 23 de agosto de 2009

Formula 1 - Ronda 11, Valencia (Corrida)

Sol, calor e meninas bonitas. Parece o Mónaco, mas não. É Valencia em Agosto, e a Formula 1 está lá, num circuito citadino construido no porto da cidade, uma zona revitalizada pela Copa América de Vela, realizada em 2007, e que o governo provincial da Comunidad Valenciana decidiu gastar algumas dezenas de milhões de euros a Bernie Ecclestone para ter um segundo Grande Prémio em solo espanhol, aproventando a "Alonsomania".

Ora, o circuito, desenhado por Hermann Tilke, não impediu de evitar a velha regra dos circuitos citadinos europeus: é apertada, é chata, e ultrapassagens são poucas. Claro, os outros circuitos são mais ou menos parecidos, mas a pista é mais larga e há melhores escapatórias. Este ano houve várias ameaças sobre este circuito, especialmente com a suspensão da Renault, decretada na Hungria, mas convertida em multa, pois caso não tivesse acontecido, haveira á volta de 30 mil bilhetes vendidos... Contudo, o regresso (abortado) de Michael Schumacher, bem como o levantamento da suspensão da Renault, salvaram o fim de semana nas bilheteiras valencianas.

Depois de na véspera termos visto os McLaren ressuscitados a monopolizarem a primeira fila, com Rubens Barrichello logo atrás, havia expectativas quanto á corrida desta tarde. Num circuito que seria exigente com pneus, travões e motores, os mais fortes resistiriam. Ainda por cima, a McLaren tinha KERS...

A partida não foi muito agitada, tirando o bico arrancado a Sebastien Buemi. Fernando Alonso e Jenson Button sairam de pista numa das primeiras curvas, mas de resto, nada de especial. Hamilton estava na frente de Kovalainen, com Barrichello, Raikonnen, Vettel, Rosberg, Button e Webber. Com a saída, Button cedeu o lugar ao australiano, e parecia que a Red Bull ia ganhar mais pontos ao lider do campeonato. Mais atrás, Badoer tinha-se despistado na primeira volta, quando já tinha recuperado algumas posições na partida. Começava o calvário do italiano...

Antes da corrida, sabia-se que os McLaren estavam mais leves do que o Brawn GP de Rubens Barrichello, o que faria com que parassem mais cedo do que o brasileiro, mas o KERS instalados nos McLaren poderia dar-lhes vantagem. De facto, eles pararam mais cedo do que Rubens, mas pouco ou nada lhes serviu. A pouco mais do meio da corrida, começa o primewiro golpe de teatro: Sebastien Vettel desiste com o motor partido. Para Button, que tinha Webber como ameaça naquele momento, ver o outro Red Bull a desistir facilitou um pouco as suas contas.

Entretanto, Kimi Raikonnen fazia uma prova sem sobressaltos com o seu Ferrari, com Nico Rosberg e Fernando Alonso um pouco mais atrás. Depois de ter passado Kovalainen no primeiro reabastecimento, Barrichello esperou que as coisas jogasem a seu favor no segundo para que tivesse hipóteses de passar Hamilton e lutar pela vitória. E aconteceu, culpa de... Hamilton. O piloto inglês recusou a parar uma volta depois do ordenado pela equipa, alegando que iria perder mais tempo para o brasileiro da Brawn. Entrou quando quis, mas os mecânicos não estavam prontos. Resultado: perdeu demasiado tempo nas boxes e saiu atrás do pilto brasileiro, que claro, agradeceu a oferta. Hamilton tentou recuperar o tempo perdido, diminuindo o fosso que tinha para Barrichello, mas não chegou para alcançar a liderança. E esse erro pagou caro, pois fugiu-lhe a possibilidade de uma segunda vitória consecutiva.

E Rubens Barrichello só podia agradecer. No final, o brasileiro da Brawn GP cruzava a meta para a sua primeira vitória do ano, a 10ª vitória da sua carreira, a centésima vitória de um piloto brasileiro. Era uma vitória que merecia há muito tempo, pela sua carreira, pelo facto de ter acreditado nesta equipa, neste carro, neste Ross Brawn. E para além de ser o quinto piloto a vencer nesta temporada, provavelmente nesta corrida, neste circuito aborrecido, eis um raio de sol que valeu a pena. E no alto do pódio, quase cinco anos depois de Xangai, voltou a comemorar aquele momento eventualmente tão sonhado por ele. Não reparei, mas... terá havido moonwalk?

De resto, para além de Hamilton e Raikonnen o terem acompanhado no pódio, os restantes lugares pontuáveis ficaram nas mãos de Heiki Kovalainen, Nico Rosberg (cada vez mais regular e a bater Toyota e Renault, as equipas de fábrica), Fernando Alonso (um resultado razoável em casa), Jenson Button (mais dois pontos de avanço sobre Webber e Vettel) e o BMW de Robert Kubica.

Quanto a Romain Grosjean e Luca Badoer, os dois estreantes do dia, foram respectivamente 15º e 17º classificados. Entre eles estava outro "rookie", Jaime Alguersuari. E o caso de Badoer demonstra a sua inadptação à Formula 1: para além do mau lugar e do despiste na corrida, ainda foi penalizado com um "drive through" quando no seu primeiro reabastecimento, pisou na linha branca para deixar passar Grosjean.

E pronto: depois de um mês de férias, vamos ter "overdose", pois dentro de uma semana, máquinas e pilotos estarão em spa-Francochamps, uma das pistas mais famosas e mais desafiadoras do calendário. Aliás, depois de um novo muito chato, a Formula 1 estará a seguir em dois clássicos do automobilismo. Como se comportarão máquinas e pilotos? Veremos...

3 comentários:

Felipão disse...

Foi uma corrida ainda sonolenta, mas já melhorou um pouco em relação as edições passadas, Speeder...

Ron Groo disse...

Bom...
Eu, e eu disse EU, não gosto do 1B, assim como sendo santista não gosto do Corinthians, ou São Paulo ou Palmeiras, e não vou ficar feliz por suas vitórias.
Por mais justas que sejam.

E esta até foi, pelos proprios méritos de ter feito o que dele se espera: Acelerar.
E pelos outros que se embananaram, leia-se Hamilton já que Kova é um daqueles pilotos que não fazem diferença nenhuma em nada...

Daniel Médici disse...

Não achei este circuito assim tão chato. Não vi ultrapassagens, certo, mas elas tampouco ocorreram em Silverstone. E mesmo assim todo mundo lamenta usa saída do calendário...

Eu tiraria uma ou duas áreas de escape, talvez. É muito cômodo aos pilotos poderem errar tanto assim num circuito de rua, sem nem ao menos arranhar a pintura.