quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sobre o possivel fim de uma das maiores parcerias da Formula 1

O Autosport português fala esta semana sobre uma noticia que ainda não foi devidamente comentada, tão importante como a provavel saída da Toyota do Grande Circo: o final da parceria entre a McLaren e a Mercedes, uma das mais longas de que há memória: 15 temporadas. Desde 1995 que a McLaren e a Mercedes estableceram uma parceria que deu imensos frutos, especialmente os títulos mundiais de 1998 e 99 com Mika Hakkinen, e o de 2008 com Lewis Hamilton.

O jornalista Luis Vasconcelos, provavelmente o unico português de gema que circula no "paddock" dacategoria máxima do automobilismo, explica as razões pelo qual a casa de Estugarda quer acabar com a parceira, mesmo estando disposto a pagar imenso dinheiro em termos de indemnização a Ron Dennis e Mansour Ojjeh, os donos da marca fundada por Bruce McLaren em 1965.

Nem a evidente subida de forma da McLaren na segunda metade do campeonato parece ter sido suficiente para apagar os ânimos da Mercedes, que está determinada em terminar a ligação com a equipa inglesa o mais rapidamente possivel - quando ainda faltam dois anos para o fim do contrato actual. Mas Dieter Zetsche, CEO da marca alemã, não quer só abandonar o fornecimento dos motores á McLaren: quer também vender a participação da Mercedes na equipa inglesa, de que detêm 40 por cento.


Isso foi dito numa reunião em que estiveram presentes todos os accionistas da McLaren - a Mercedes, Ron Dennis, Mansour Ojjeh e o grupo Mumkalatat - na sexta-feira de manhã em Abu Dhabi, de forma bastante clara. Mas a existência de contratos bastante blindados entre as duas partes dificulta a tarefa de Zetsche, mesmo se este está determinado a gastar uma soma importante para se separar da McLaren.



O primeiro passo é vender as acções da Mercedes na McLaren, pois Dennis e Ojjeh tem diteito de perferência, mas não as querem adquirir de novo. Por isso, Zetsche está a tentar que seja o grupo árabe a ficar com as acções da Mercedes, o que deixaria a Munkalatat com 70 por cento do capital da equipa inglesa, mas sem a maioria dos direitos de voto, que estão sempre nas mãos de Ojjeh e Dennis.



RAZÕES PARA UM DIVÓRCIO


Para esta decisão da Mercedes cintribuiram diversos factores: a construção de um carro de estrada pela McLaren, que entra em concorrência directa com alguns dos seus produtos e feito contra a vontade da marca alemã; o veto do fornecimento de motores à Red Bull, que impede a Mercedes de se ligar a Sebastien Vettel, que começa a ser muito popular na Alemanha; e as dificuldades que a marca de Woking está a colocar no novo relacionamento entre a Mercedes e a Brawn, ao ponto de se estar a tentar impedir a marca de Estugarda de publicitar o seu sucesso em conjunto com a equipa de Ross Brawn.


Por isso mesmo, se já estava determinado a terminar a ligação com a McLaren no final do contrato actual, que expira no final de 2011, Zetsche quer agora terminar o contrato entre as duas partes com efeito imediato, mesmo sabendo que isso será bastante dificil de conseguir. É significativo que o CEO da Mercedes tenha viajado para Abu Dhabi com um grupo de advogados ligados à marca alemã, que passaram o fim de semana a tentar encontrar uma primeira base de acordo com os seus colegas ao serviço da McLaren.


Mesmo que Ron Dennis e Mansour Ojjeh consigam salvar o contrato actual e garantir por mais dois anos o fornecimento de motores por parte da Mercedes, é evidente que a ligação McLaren-Mercedes está comprometida e que dificilmente poderá ser bem sucedida em 2010 e 2011. Por isso mesmo, Dennis está à procura de um novo contstrutor para se ligar à equipa, mesmo havendo quem pense que depois de ter construido o seu próprio motor para o carro de estrada lançado há alguns meses, a McLaren poderá tentar fazer o mesmo para a sua equipa de Formula 1, para tentar rivalizar com a Ferrari em todos os campos.


Luis Vasconcelos



Portanto, este Inverno de 2009/2010 continuará a ser quente. Com os construtores em debandada (só falta saber se a Renault fará o mesmo que a BMW e com quase toda a certeza a Toyota), apenas a Mercedes e a Ferrari serão aquelas com o pedegree necessário para ficar na Formula 1, independentemente de qualquer crise que apareça. E não ficaria nada admirado se no final, eles façam o seu próprio motor, com base Mercedes...

1 comentário:

Lucas Cangelli disse...

Parabéns cara, muito boa sua matéria.
Se realmente a McLaren produzir o seu próprio motor aí sim a briga com a Ferrari será completa.

Vou adicionar seu blog na lista do meu blog beleza?
abs
depois visita lá.

cantandopneu.blogspot.com