sexta-feira, 6 de abril de 2012

O fim do patrocinio da Lotus à Lotus, ou o final triste de uma farsa

Anunciou-se hoje, via a Autosport britânica, que a Lotus Cars vai deixar de patrocinar a equipa... Lotus, ex-Renault. Mas contudo, irá manter o nome da marca até, pelo menos, o final da temporada de 2012. Esta noticia é a consequência de duas coisas: os novos proprietários da Lotus decidiram colocar um travão nos planos megalómanos de Dany Bahar de colocar o nome da marca fundada por Colin Chapman em tudo que é canto, e segundo - que é uma consequência do primeiro - que já não há mais dinheiro para financiar tudo isto.

Quando digo "tudo isto", a lista é enorme: Formula 1, Ralis, Le Mans Series, Indy Car Series, GP2, GP3 e Formula 3. E é só no lado da competição, porque no lado dos carros de estrada, há mais cinco modelos de super-carros, numa aposta de Bahar para reavivar a marca, com novos modelos de velhos nomes: Esprit, Elite,  Elise, Elan e Eterne. Cinco modelos diferentes de uma marca que não vende mais do que 2500 carros por ano, podem imaginar a megalomania que Bahar e os seus apaniguados têm nas suas cabeças.

Com a venda da estatal Proton, no inicio de março, para novos proprietários, os primeiros sinais de aviso tinham vindo de lá, quando se colocou uma moratória de três meses, obrigatória na lei malaia, para que suspendesse o desenvolvimento de projetos novos, e isso implicava que, por exemplo, os carros de estrada sofressem um atraso no seu desenvolvimento. Por exemplo, o Esprit, que se esperava estar pronto para venda em 2013, provavelmente só estará pronto em meados de 2014.

Aos poucos e poucos, a Lotus paga o preço das megalomanias de Bahar. Os novos proprietários podem não estar muito interessados em ter a marca inglesa, ou pelo menos, tentar refrear as loucuras de Bahar. Sem dúvida que o governo malaio livrou-se de uma "batata quente", que se tornara a Lotus, com as lutas em tribinal entre Bahar e Tony Fernandes para ver quem é que era o legítimo dono dos direitos do nome "Team Lotus". Fernandes ganhou, mas a consequência foi que vendeu os direitos a Bahar. Fernandes ficou com a Caterham e tenta ser feliz dessa maneira.

Quanto à equipa da Formula 1 - que vou chamar de Genii - essa continuará. Provavelmente sobre outro nome, com um Gerard Lopez tão viscoso como muita gente é nesse meio, deverá arranjar outro multimilionário sem muito com que fazer, mas com muito dinheiro no bolso. Russo, árabe, cazaque... a sua equipa está disponivel pelo melhor preço. Ou então, alguma marca de automóveis.

Em relação a Bahar, ou sobrevive e começa a ser mais comedido, ou então os novos proprietários tratam de arranjar os milhões necessários para o despedir. Pode ser que recuperem algum ao vender a Lotus a preço de saldo. E quanto à luta "Lotus vs Lotus"... digamos que foi um filme com muitos elementos de comédia, mas com um final de farsa. Como dizia alguém: "o túmulo de Colin Chapman deve ser o novo Polo Norte magnético, de tantas vezes que ele se revirou na sua tumba."  

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