sábado, 1 de dezembro de 2012

The End: HRT Formula 1 Team (2010-2012)

A HRT acabou esta sexta-feira, 30 de novembro. O anuncio ainda não e oficial, mas é oficioso. E sinal dos tempos: o anuncio de que a HRT fechou as portas foi dado pelo Twitter. Toni Cucurella, diretor desportivo da equipa espanhola, confirmou esta noite, no perfil da equipa no microblog, que “hoje, depois de três temporadas, a última página da HRT foi escrita". 

Provavelmente amanhã ou segunda feira aparecerá o anuncio oficial por parte da Thesan Capital, mas à falta de informações contrárias a tendência, a equipa espanhola deve ter anunciada a sua extinção. Quando isso acontecer, a Formula 1 terá onze equipas na temporada de 2013.

O desfecho era esperado desde o momento em que a Thesan Capital anunciou que iria vencer a sua participação na equipa, há cerca de duas semanas, e logo depois decidiu tinha iniciar o processo de dispensa de 30 dos seus funcionários e a suspensão das suas atividades em Madrid, pelo menos até ao final do ano. Ao longo desse tempo, houve noticias do potencial interesse de chineses, mas mesmo com um preço de venda a rondar os 40 milhões de euros, aparentemente, não anunciaram qualquer acordo. É que este era o "deadline" para tal.

Assim sendo, esta é a segunda das quatro equipas que Max Mosley queria colocar em 2009, para tentar levar por diante a sua politica de corte de custos, com um tecto orçamental de 50 milhões de euros. Das quatro equipas - Virgin, Lotus, Campos Meta e USF1, todos com motores Cosworth - apenas duas existem, sob novos nomes, Marussia e Caterham, e a USF1, projeto de Peter Widsor e Ken Andersson, nunca chegou a sair do papel.

Inicialmente, a HRT começou como Campos Meta, projeto de Adrian Campos e José Ramon Carabante, com chassis desenhados à Dallara e com Bruno Senna como piloto. Contudo, a ideia de captar patrocínios no Brasil com o nome de Senna acopolado revelou-se um enorme fracasso e as dificuldades económicas fizeram com que Campos se afastasse e entrasse José Ramon Carabante, contratando Colin Kolles como diretor desportivo. Quando ao nome, sofria a primeira mudança: agora chamava-se Hispania.

O primeiro ano teve Senna e um conjunto de pilotos secundários: primeiro Karun Chandhok, depois o japonês Sakon Yamamoto e o austriaco Christian Klien. Sem resultados de relevo, não foi a última classificada graças às piores prestações da Virgin. Mas a falta de dinheiro, principalmente os problemas financeiros das empresas de Carabante, quase fizeram com que a equipa terminasse após o primeiro ano. Em 2011, é contratado o italiano Vitantoino Luizzi e o indiano Narain Karthikeyan, com o indiano a ser substituido pelo australiano Daniel Ricciardo a meio da época. Um 13º posto, no Canadá, acabou por ser a melhor posição da equipa.

Por essa altura, um investidor privado espanhol, a Thesan Capital, aparece para comprar a equipa a Carabante e a equipa muda de nome, ou se preferirem, encolhe para uma sigla: HRT. Colin Kolles fora dispensado e transferem-se para Madrid. Karthikeyan fica e no seu lugar é contratado o veterano Pedro de la Rosa, na tentativa de a tornar um pouco mais "espanhola". Contudo, as coisas não melhoram, apesar de a equipa manter a mesma dupla ao longo do ano, sem trocas pelo meio. Não existem grandes patrocinadores nas carlingas do carro e vivia-se no presente, e como nas duas temporadas anteriores, não conseguiram acabar qualquer corrida nos pontos.

Com o anuncio nas últimas duas semanas, as coisas precipitaram-se e agora, o desfecho parece inevitável. 

Para finalizar, uma historieta: confesso que nunca tive jeito para fazer canções, mas houve uma altura em que me aventurei. E uma delas tinha a ver com a HRT, na altura Hispania. E imaginando quatro "mariachis" a cantar no "funeral" da equipa, o refrão para essa musica seria o seguinte:

"Adiós, Hispania
Formula One is a cruel thing
Farewell, Hispania
Don’t blame us, blame on Mad Max!"


Em suma, a Formula Um, no alto da sua competitividade, mostrando que nesse mundo, os aventureiros ou jogam pelas regras dos outros ou arriscam-se a ser comidos. Porque afinal de contas, estamos a falar do "Club Piraña". 

1 comentário:

Daniel Machado disse...

Até que ela demorou de cair né? Não seria surpresa quando acontecesse isso.