segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A imagem do dia

Não falei sobre Ronnie Peterson no dia anterior por uma boa razão: é que faz hoje 40 anos sobre a sua vitória no GP de Itália de 1976, a bordo de um March. No momento que todos comemoravam ali, no alto do pódio, num dos carros mais improváveis de vencer, ninguém esperava que o veloz piloto sueco tinha menos de dois anos de vida.

A temporada de 1976 começou mal para o sueco. A sua carreira tinha alcançado um ponto baixo na Lotus. Sem um modelo novo funcional - deveria ter sido o 76, mas foi um fracasso - Colin Chapman ficou com o modelo 72 até quanto pode. No final de 1975, ele tinha conseguido apenas seis pontos, sem vitórias nem pódios, ele decidiu abandonar a equipa. Juntou-se à Shadow, mas Chapman convenceu-o a ficar na equipa, pelo menos no GP do Brasil, mas depois disso, ao ver que não ia longe com o modelo 77, abandonou a equipa de imediato. Chapman ficou com Mário Andretti, e o americano depois percebeu da razão pelo qual Peterson tinha ido embora, pois o 77 não era um bom carro.

A March foi a sua próxima paragem. Tinha sido a sua equipa antes de ir para a Lotus, em 1973, mas era uma sombra do que tinha sido no inicio, apesar de ter um bom chassis na figura do 761. Contudo, as quebras eram constantes e parecia que ia a caminho de mais uma temporada de pesadelo, como a anterior. Contudo, a partir do GP da Alemanha, as coisas mudaram, primeiro, com um ponto na Austria, lutando durante toda a corrida pela vitória, e depois, uma inesperada pole-position na Holanda.

Em Monza, Jacques Laffite foi o inesperado "poleman", o primeiro da história da Ligier, com Peterson a ser o oitavo na grelha, a quase segundo e meio do francês. Na partida, o sueco mostrou toda a sua velocidade, passando quase todos os pilotos que estavam na sua frente. Na quarta volta, tinha subido ao terceiro posto, e na volta 12, tinha passado Laffite e o Tyrrell de Jody Scheckter para ser o comandante da corrida. A partir dali, não foi mais incomodado, apesar de Clay Regazzoni não andar muito atrás dele, e depois Jacques Laffite se ter livrado dos Tyrrell, que tinham problemas e abrandavam o seu ritmo.

No final, 2,3 segundos separaram o sueco do suíço, com Laffite a conseguir o seu segundo pódio da sua carreira, a primeira da Ligier. Mas no quarto posto estava o homem do qual todos falavam ao longo daquele fim de semana: Niki Lauda. De quase morto, 42 dias antes, a ter chegado ao fim num carro de corrida, e a juntar pontos para alargar ainda mais a sua liderança. Quanto a Ronnie, ainda levou a volta mais rápida consigo. E no final do ano, um lugar na Tyrrell, com o P34 de seis rodas.  

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