quinta-feira, 10 de abril de 2025

A imagem do dia



Há 40 anos, em Jacarépaguá, René Arnoux começou bem o campeonato, ajudando a equipa com um quarto lugar. Isso, combinado com o segundo posto de Michele Alboreto, mostrou que o novo chassis, o 156/85, poderia ter potencial para desafiar os McLaren e ser campeão do mundo. 

Contudo, o que poucos sabiam é que seria a última corrida de Arnoux pela Scuderia. Poucos dias depois, ele iria embora de Maranello, causando ondas de choque no meio da Formula 1 e levando a diversas especulações sobre as razões pela sua saída. Cada uma delas, mais estranha que outra, mas as coisas tinham acontecido bem antes.

Desde 1983 que o piloto francês estava na Scuderia, depois de quatro temporadas na Renault. Um dos que sabia lidar com os Turbo desde o inicio, desde a sua chegada que tinha conseguido três vitórias e onze pódios, conseguindo também um terceiro lugar final no campeonato de 1983, e conseguido também ganhar o duelo entre franceses, contra Patrick Tambay. Contudo, a chegada de Michele Alboreto à Ferrari, em 1984, que no duelo interno, o italiano levava a melhor. Não tinha ganho qualquer corrida, mas o campeonato até corrida bem, especialmente depois da corrida de Dallas, onde conseguiu um segundo posto depois de quase largar da última posição, por causa de um problema elétrico durante a volta de aquecimento. Com aquele resultado era quarto na geral, mas não estava longe de Niki Lauda, que viria a ser o campeão daquele ano.

Contudo a partir daquele momento, Arnoux começou a ter alguns problemas físicos na perna direita, que merecia massagens constantes, o que deixava inferiorizado em relação à concorrência. E também por causa disso, conseguiu apenas quatro pontos até ao final da temporada, ficando no sexto lugar final, com 27 pontos.

Ao mesmo tempo, Alboreto começou a ter a iniciativa dentro da equipa, deixando-o de lado. E com o passar do tempo, e por muito que se esforçasse, sentiu que a sua motivação tinha ido embora. Para piorar as coisas, no inverno de 1984-85, ele sofreu um acidente de ski e acabou por ser operado. Mas isso aconteceu sem o conhecimento da Scuderia, o que deixou as duas partes em estado de tensão. Ainda por cima, com o 156/85, desenhado por Harvey Postlethwaite, tinha potencial ganhador, e não poderiam correr "coxos".

Apesar do desempenho em Jacarépaguá, que foi meritório - sétimo na grelha, um furo na volta 27 que o fez andar quase uma volta nesse estado, perdendo outra volta - fez uma recuperação furiosa, conseguinte três pontos - se calhar, o destino já estava traçado. As especulações nas revistas italianas e francesas - aliado ao facto de ele nunca te explicado o que aconteceu naquela reunião de Maranello - se calhar escondem a explicação mais simples: uma certa falta de motivação e a operação não autorizada. Independemente disso, a decisão surpreendeu.  

Mas o mais interessante aconteceu algum tempo depois, em Imola. Já com Stefan Johansson no seu lugar, Arnoux foi visto nas boxes da Brabham, o que causou especulações sobre um possível regresso, já que nesses tempos, a equipa tinha outro francês, Francois Hesnault, cuja permanência estava a altura um pouco tremida. Mas isso não passou disso mesmo: especulação. Ele só regressou em 1986, ao serviço da Ligier, a sua última equipa até ao final da sua carreira, em 1989.   

Sem comentários: