A Adamastor, a primeira marca portuguesa de super-carros, deu uma atualização do desenvolvimento do protótipo Fúria, depois da sessão de testes feito no circuito de Portimão, no final de novembro passado. Apesar da equipa da Adamastor ter regressado satisfeita, tendo conseguido cumprir — e até superar — todos os objetivos definidos para esta primeira ida do Fúria à pista, a equipa está agora a tentar resolver os detalhes técnicos que surgiram durante esta fase, como revela Ricardo Quintas, fundador e CEO da marca:
“O Furia encontra-se na sua terceira fase de desenvolvimento. Como é sabido, estivemos no circuito
de Portimão e, apesar de tudo ter corrido muito bem, descobrem-se sempre pormenores para
corrigir, os quais foram ou estão a ser, revistos. Estamos agora à espera de ter uma vaga para
podermos regressar à pista e, assim, validar as soluções implementadas. Caso tudo corra como o
previsto, teremos, igualmente, um dia de testes já mais focado na performance do Fúria.", começou por afirmar.
"Descobrimos, por exemplo, que os intercoolers instalados não tinham o desempenho esperado.
Fizemos novos cálculos, identificámos um novo fornecedor capaz de cumprir com os nossos requisitos
técnicos e solicitámos a produção desses novos componentes. Iremos instalá-los e, posteriormente,
comprovar a sua eficácia no Fúria. É exatamente por situações como esta que os testes em ambiente
de circuito são tão importantes. Testar, analisar, identificar e corrigir. Regressámos muito satisfeitos
com o primeiro dia do Fúria em circuito”, continuou.
Segundo Ricardo Quintas, os testes ainda não se centraram na performance pura do Fúria, uma vez que o foco foi a verificação de funcionamento e comportamento geral em pista. Só numa fase futura serão avaliadas áreas como a resistência dos materiais e a eficácia das soluções técnicas implementadas:
“Os objetivos que definimos para este primeiro teste foram todos cumpridos e, inclusivamente,
superados bem acima do esperado. Não fizemos testes de performance porque o objetivo não era
esse. Apenas numa próxima fase poderemos abordar essa vertente, bem como, por exemplo, a
resistência dos materiais e as soluções encontradas. Só depois desses testes poderemos perceber
quão perto estamos em termos de desempenho desejado. Mas acreditamos que ainda
estamos muito longe de atingir o potencial máximo do Fúria”.
Neste momento, os elementos da equipa técnica do Adamastor aguardam uma nova oportunidade para voltar ao circuito, onde será possível testar as novas soluções e realizar sessões de ensaio mais orientadas para a performance. Em paralelo, o trabalho no "development prototype" continua, com foco na otimização contínua. A Adamastor já começa também a considerar, com base nos dados recolhidos, o desenvolvimento de futuros modelos, não sem desprezar a ideia de participar numa competição.
“Usámos uma afinação intermédia do motor, uma vez que, como disse, não foi esse o motivo que nos
levou nesta primeira vez a Portimão. Em termos de pneus, usámos os slicks da Pirelli, com os quais
temos vindo a trabalhar até à data. Uma vez que é a borracha que produz mais aderência, é aquela
que introduz mais esforço e fadiga nos componentes. Só depois de terminados estes testes é que
vamos passar para pneus de estrada, menos violentos nos materiais, mas que nos poderão dar uma
ideia do desempenho em estrada.", começou por referir.
"Em termos de evolução do Furia, vamos continuar a trabalhar no "development prototype", sempre
com o foco na otimização contínua. Ao mesmo tempo, com toda a informação que vamos recolhendo
ao longo dos nossos testes, podemos igualmente começar a ponderar o desenvolvimento de novos
modelos”, continuou.
"Continuamos a analisar com parceiros uma potencial participação num campeonato de resistência. Mas este é um tema que está, ainda, em aberto, pois depende, por exemplo, da homologação do Fúria de estrada e da posterior homologação numa categoria aprovada pela FIA ou pelo promotor da competição em causa", concluiu.
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