segunda-feira, 7 de abril de 2025

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Há 40 anos, a Formula 1 começava a sua temporada no Rio de Janeiro. Debaixo de muito calor, os 25 carros presentes - a Toleman, sem um contrato de pneus, primava-se pela ausência - as grandes novidades eram a estreia da Minardi e o regresso da Tyrrell, depois da sua exclusão a meio da temporada passada, por causa dos truques para manter os motores aspirados, num mundo de Turbos que era aquele. 

Mas apesar do velho madeireiro ainda se manter ao leme, ele cedia aos tempos: a meio do ano, eles teriam motores Renault turbo, mas até lá, andariam com os... Cosworth de oito cilindros. E claro, sem os cerca de 250 cavalos que tinham os Turbo, como os TAG-Porsche ou os Ferrari, iriam arrastar-se pelo fim da grelha. E foi assim: Martin Brundle, que também regressava à Formula 1, depois do acidente que tinha tido em Dallas, fraturando uma das pernas, conseguia a 21ª posição na grelha... a 8,3 segundos do homem da "pole-position", o Ferrari de Michele Alboreto.

Mas no segundo lugar na Tyrrell não estava Stefan Bellof. Tinha sido demitido do seu lugar por causa dos seus compromissos com a Porsche, no Grupo C (na realidade, Tyrrell chateou-se com Bellof por causa de Willy Maurer, o dono da sua equipa na Edurance) e o seu substituto foi um dos pilotos que tinha sido deixado pendurado pela Toleman: o sueco Stefan Johansson

Despojado do seu lugar na Toleman, ele já tinha sido o substituto de Brundle depois so seu acidente e tinha andado em três corridas antes da equipa ter sido desqualificada da temporada, para depois ter corrido nas três últimas provas de 1984 pela Toleman, com bons resultados, Johansson regressou para preencher o lugar e acabou por lutar contra a falta de competividade do carro aspirado perante a maré de Turbos. 

Assim sendo, iria apostar naquilo que esses motores tinham e os Turbos não: resistência. E as condições até eram favoráveis, de uma certa forma. Muito calor, quem chegasse ao fim, era um vencedor. E na Tyrrell, quer Johansson, quer Brundle, aguentaram-se perante carros que eram frágeis. Os bólides azuis-escuros, sem patrocínios, andavam na pista enquanto alguns outros acabavam em montes de fumo vindos dos seus motores. Apenas dois carros chegaram ao final na mesma volta: o vencedor, o McLaren de Alain Prost, e o Ferrari de Michele Alboreto, a 3,7 segundos. O lugar mais baixo do pódio ficara nas mãos de Elio de Angelis, no seu Lotus, que acabou com... uma volta de atraso.

Apesar de terem acabado a três voltas do vencedor, os Tyrrell não foram os últimos. Na realidade, acabaram 13 carros, e os Tyrrell foram sétimo e oitavo, com Johansson a ser melhor que Brundle. Nada mau para um substituto que, à partida não saberá onde correr na próxima prova. O que ele não sabia era que, longe dali, noutro continente, algumas decisões lhe deram uma chance que nem sequer sonharia nos seus melhores momentos...        

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