Este foi o resultado da sua primeira corrida ao serviço da Arrows, que tinha motor BMW Turbo, depois de algumas corridas pela ATS na temporada anterior, e um lugar nos pontos em Monza - que não contou. Contudo, por muito pouco é que ele poderia não estar ali. Aliás, entre o outono europeu e o verão austral, Berger sofreu um acidente que poderia ter sido mortal, se não fosse que questão de rapidez... e sorte.
Tudo aconteceu na semana depois do GP de Portugal. Quando guiava numa estrada sinuosa nos arredores de Salzburgo, a bordo do seu BMW 323i - ia de casa para o seu escritório para buscar o seu fato de competição, porque ia correr Formula 3 em Macau - foi tocado por trás e o carro caiu por uma ladeira abaixo. Para piorar as coisas, ele não tinha o cinto posto - a viagem era tão curta que achou que tal coisa seria desnecessária - e foi projetado para fora do carro, através da janela traseira.
Mas da má sorte, apareceu a sorte absoluta. O carro que veio a seguir vinha ocupado por dois médicos. Que eram especializados em cirurgia da coluna e espinal medula. E vinham de uma conferência em Munique, na Alemanha, onde o assunto discutido eram... fraturas na coluna vertebral em acidentes de viação! Eles viram de imediato a extensão dos seus ferimentos: uma fratura em duas vértebras no pescoço e na clavícula. Ambos conseguiram imobilizar Berger até que chegasse uma ambulância, que trouxe equipamento especializado em imobilização. Levado de helicóptero para Innsbruck, tinha duas chances: ser operado de emergência, com chances de recuperação, mas também o risco de ficar sem se mexer de forma permanente, ou ficar meio ano internado com aparelhos no pescoço sem se mexer.
Berger decidiu arriscar e foi para a operação. Dois dias depois, quando o cirurgião o foi visitar para saber do estado dele, assustou-se ao ver a cama vazia! O que não tinha reparado foi que, instantes antes, no corredor do hospital tinha cumprimentado um doente que estava a dar os seus primeiros passos. Era o próprio Berger! Tinha pressa, porque queria entrar num carro o mais depressa possível, e a ATS tinha fechado as suas portas, depois de ter perdido o fornecimento de motores BMW.
Ele ficou por algumas semanas em recuperação, onde conseguiu recuperar totalmente - contra muitas das recomendações dos médicos - e logo a seguir, a BMW aceitou colocar o seu piloto na Arrows, que tinha desde o ano anterior um fornecimento dos motores alemães quando procurava por um motor Turbo. Eles, que tinham sido dos últimos do pelotão a ter um.
O que ninguém sabia era que ele tinha tido o seu primeiro grande susto. Outros se iriam seguir, e contra todas as hipóteses, conseguiu uma carreira bem longa no automobilismo.
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