domingo, 6 de abril de 2025

Formula 1 2025 - Ronda 3, Suzuka (Corrida)


Suzuka é um dos clássicos do automobilismo. Em tempos idos, era a corrida que decidiu, muitas das vezes, campeonatos. Pelo menos desde 1987, quando ela apareceu no calendário da Formula 1. Contudo, com a transferência do circuito no calendário para abril, tentando fugir dos tufões no Pacifico, esperava-se que os dias de chuva ficassem afastados, ou então, que ficassem mais raros. Mas neste final de semana... as perspetivas de chuva eram grandes, ao ponto da incerteza sobre que pneus usar, estava em cima da mesa.     

E depois da qualificação de sábado, Mário Isola, o homem da Pirelli, avisou ao que poderia acontecer:

"A corrida de amanhã [hoje] também se adivinha emocionante, porque as condições climatéricas são incertas, com a previsão de chuva para a manhã e a possibilidade de cair também a partir das 14 horas, mas se estiver seco, são possíveis várias estratégias. Em primeiro lugar, vale a pena sublinhar que os três compostos podem ter um papel a desempenhar. O macio, que até ofereceu um bom nível de desempenho para além de uma volta de teste, pode, no papel, ser utilizado por aqueles que pretendem fazer uma paragem única e por aqueles que optam por uma paragem dupla." começou por afirmar.

"Os dados do fim de semana fizeram pender a balança ligeiramente para uma estratégia de uma paragem, com a opção mais rápida a ser um conjunto de médios e um de duros. A simulação sugere que a estratégia de duas paragens não está assim tão longe, com todas as combinações possíveis, quer se utilizem dois ou os três compostos. A chuva pode desempenhar um papel importante, mesmo que não caia durante a corrida. De facto, dependendo da sua força, as condições da pista podem voltar às observadas ontem de manhã, antes de os carros começarem a correr. Isso poderia tornar a granulação mais provável e, portanto, a escolha poderia voltar a ser feita com duas paragens. Como se pode ver, há muitas variáveis em jogo, garantindo imprevisibilidade e um grande espetáculo”.


E agora, chegados a domingo... a chuva caíra durante a manhã, limpando a pista. As corridas de apoio, que aconteciam no inicio da manhã japonesa, tinham Safety Car com o pelotão atrás, o que as pessoas pensavam era saber se iria chover no momento da partida, porque se sim, era isto que iriam ter. 

Para Max, o seu grande objetivo naquele domingo era de ganhar. Mas caso consiga, seria algo inédito: a quarta vitória seguida. Com os McLaren atrás dele, seria um desafio, mas era algo do qual estava disposto a correr. Paragens? Uma... se não chover. E isso ainda não estava excluído. 


Contudo, na hora do aquecimento, a pista tinha secado e muitos deles iriam partir com médios, excepto Lewis Hamilton, que tinha calçado duros, e Jack Doohan e Lance Stroll, que meteram moles. E poucos minutos depois, quando as luzes se apagaram, a largada foi perfeita: Max Verstappen na frente, defendendo-se dos McLarens, enquanto Isack Hadjar passou Hamilton para ganhar um lugar. Duas voltas depois, Max já tinha um segundo de vantagem sobre a concorrência. 

Nas voltas seguintes, Hamilton recuperou o sétimo posto a Hadjar, no final da reta - se calhar, os pneus começaram a funcionar -  e na décima volta, Stroll foi o primeiro a ir às boxes, colocando duros. Seis voltas depois, foi a altura de Jack Doohan, também metendo duros. E a partir da volta 20, as trocas principais: primeiro, George Russell, na mesma volta, depois Oscar Piastri, na volta seguinte.


Max e Lando acabaram por ir às boxes na 22ª passagem pela meta, o britânico saiu melhor, mas o piloto da McLaren queria passar na saída das boxes, acabando na berma. Quem também foi trocar pneus foi Charles Leclerc

Oliver Bearman
e Yuki Tsunoda trocaram na volta 24, numa altura em que o líder era Andrea Kimi Antonelli, no seu Mercedes, com mais de quatro segundos de vantagem sobre o veterano Hamilton. Hadjar trocou de pneus na volta 26, mas depois, acabaram as paragens. O francês começou a recuperar lugares, voltando aos pontos na volta 30, passando o Williams de Carlos Sainz Jr, que ainda não tinha parado. 

Hamilton parou na volta 31, trocando para médios, enquanto Antonelli continuava a liderar... com os médios!  Ele foi às boxes na volta seguinte, colocando duros, saindo no sexto posto, numa altura em que Norris concentrou-se e começou a apanhar Max. Piastri não estava longe e na volta 34, os três primeiros tinham mais de três segundos de vantagem sobre Leclerc. 


Por alturas da volta 41, Piastri estava na traseira de Norris, aumentando o ritmo e pressionando os pneus para funcionarem melhor, e tentar chegar a segundo, mas não conseguia passar. O três corriam juntos, menos de dois segundos cobriam os três primeiros. Mas ninguém apanhava ninguém. E foi assim até à meta: Max na frente dos McLaren, e a diferença entre os dois primeiros reduzida a um ponto. Ótimo resultado para mais uma das corridas "caseiras" para a Red Bull, pois era a sede da Honda. 

Sem retiradas, com todos a manterem a posição que largaram, foi uma corrida sem história. Mas não há muito tempo para reflexão. Afinal de contas, no próximo domingo estarão no Bahrein, para a primeira de duas corridas noturnas na temporada. E espera-se que seja mais emocionante que esta.   

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