sábado, 10 de maio de 2025

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Há 55 anos, acontecia um duelo que acabou literalmente... na última curva da última volta. Um duelo do qual espectadores e organizadores demoraram em saber quem tinha ganho. 

O GP do Mónaco de 1970 era a terceira corrida do campeonato, e acontecia duas semanas depois do GP de Espanha e da estreia do Lotus 72. Rindt tinha detestado, e Colin Chapman disse que o melhor seria deixar o carro na fábrica, para ser modificado para o melhorar. Com isso, Rindt regressava ao modelo 49 para correr nele. Contra ele tinha Jack Brabham, no seu carro, e principalmente os Marchs: os oficiais, guiados por Chris Amon e Jo Siffert, e os clientes, guiados por Jackie Stewart e Johnny Servoz-Gavin. E um estreante: o sueco Ronnie Peterson.

E claro, os outros: os McLarens de Dennis Hulme e Bruce McLaren, os BRM de Pedro Rodriguex e Jackie Oliver, os Matra de Jean-Pierre Beltoise e Henri Pescarolo e o solitário Ferrari de Jacky Ickx. 

No final da qualificação, Stewart levou a melhor, ao lado de Chris Amon, noutro March. Hulme e Brabham ficaram com as uas posições seguintes, e Rindt foi apenas oitavo. Cinco carros ficaram de fora, entre eles o Lotus oficial de John Miles e o March de Johnny Servoz-Gavin. Iria ser a sua última corrida na Formula 1. Menorizado depois de um acidente no Inverno, que afetou a sua visão, decidiu pendurar o capacete, apenas com 28 anos de idade. 

Foi uma corrida bem interessante. Stewart liderou a corrida até à volta 27, quando começou a ter problemas com o seu carro, deixando de funcionar corretamente. E entregou o comando para Brabham, com o escocês a regressar à pista, para retirar-se pouco depois.

Brabham passou a controlar a corrida, enquanto Amon era segundo, Hulme terceiro e Rindt quarto. O neozelandês retirou-se na volta 62, vitima de uma quebra da suspensão. Por esta altura, Hulme tinha problemas na caixa de velocidades e perdia posições. Por esta altura, a diferença entre ambos era de nove segundos, e o que o piloto da Lotus fez foi aumentar o ritmo e tentar apanhar Brabham.

E no inicio da 80ª e última volta, a diferença entre ambos era de menos de dois segundos. Ambos se aplicaram, mas tudo indicava que o australiano iria levar a melhor e conseguir a sua segunda vitória em três corridas e se destacar no campeonato. Isto... se conseguisse fazer a curva do Gasómetro, uma curva de 180 graus, (a versão atual só apareceu em 1973) na frente do piloto da Lotus.          

E no final... Brabham travou a fundo, mas numa área escorregadia, seguiu em frente e bateu nos fardos de palha, mas ainda capaz de manobrar para seguir em frente. Rindt estava mesmo atrás dele e assistiu a tudo. Fez a curva, acelerou e cortou a meta em primeiro lugar... e ninguém comemorou. Porque não tinham visto a manobra! Nem o comissário, que tinha a bandeira de xadrez na mão, nem Colin Chapman, que tinha visto o seu piloto cruzar a meta. Só depois, quando ele parou o carro, e soube o que tinha acontecido. Brabham ficou com o segundo posto, derrotado, mas dando luta. Com 44 anos de idade.

A fechar o pódio, um Matra, o de Henri Pescarolo. Tinha sido o seu primeiro pódio, e iria ser o único da sua carreira na Formula 1. 

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