quarta-feira, 7 de maio de 2025

A(s) image(ns) do dia






Falei na quarta-feira sobre Carlos Sainz, o bicampeão do mundo de ralis e vencedor do Rali Dakar, por causa do rumor que poderá se candidatar contra Mohammed Ben Sulayem, nas eleições para a presidência da FIA, que acontecerá este ano. Alguns sabem que o antigo piloto, originário dos Emiratos Árabes Unidos, e 15 vezes campeão do Médio Oriente, anda a prometer algumas coisas para ver se fica com mais quatro anos de mandato - o limite é 12 anos, mas nunca se sabe...

Mas ele não era um "riquinho" com dinheiro para comprar os melhores carros do marcado e competir de forma privada, um pouco como na geração seguinte fez o qatari Nasser Al Attiyah. Nascido a 12 de novembro de 1961, no Dubai, fez o seu primeiro rali no Mundial em 1988, na Grécia, a bordo de um Ford Sierra RS Cosworth. No ano a seguir, correu num Toyota Celica GT-Four. Serão essencialmente os carros que usará ao longo do tempo em que participou na competição, sempre em temporadas parciais, sempre como um privado.

O rali da Argentina era sempre uma prova dura, mas os pilotos gostavam. E poucos foram os que sobreviveram a uma prova que, naquele ano, 25 especiais, com 507,13 quilómetros de especiais de classificação. 

Juha Kankkunen acabou por ganhar, no seu Toyota Celica, batendo o Ford de Miki Biasion e o Lancia Delta de Didier Auriol, já numa altura em que estavam em decadência. Normalmente, sendo um rali duro, depois dos carros oficiais, apareceriam os locais ou carros do Grupo N ou carros invulgares como o Fiat Regatta, na Argentina. E por esses dias, o panorama dos ralis na Argentina tinha a particularidade de ter... o filho do presidente a competir (!): Carlos Menem Jr., um piloto que fez alguns resultados de interesse - e participou em algumas edições do rali de Portugal - antes de sofrer um acidente fatal de helicóptero em 1995.  

Mas como o que interessa é ver quem chegou ao fim naquele rali, pode-se afirmar que Ben Sulayem mostrou-se ao acabar no sexto posto, atrás de, por exemplo, o uruguaio Gustavo Trelles - numa altura em que os dez primeiros pontuavam. Trelles foi quarto, Menem Jr. foi o quinto, e em sétimo, o austríaco Rudi Stohl e em oitavo, o português António Coutinho, que competia pelo campeonato do mundo de Grupo N, a bordo de Toyota Celica. Curiosamente, o último lugar pontuável foi ocupado por José Checheto, num... Fiat Regatta. Outros tempos.

No final, o resultado de Ben Sulayem foi o seu melhor de sempre, e conseguiu 12 pontos no WRC ao longo da sua carreira, que acabou - pelo menos, no WRC - em 1995, quando participou em parte do campeonato, num Toyota Celica GT-Four da Marlboro Team Griffone, onde não pontuou nos cinco ralis onde participou. Podia não ter estofo de campeão, mas pisava em ramo verde.   

Sem comentários: