Imola pode estar a ira para fora do calendário, mas quando calha bem, pode ser um lugar bem agradável. Neste dia de primavera, a temperatura estava agradável, o céu azul e os "tiffosi" exultantes (242 mil ao longo do fim de semana), quer os que se vestem de vermelho, quer os que estão a aplaudir o herói local, Andrea Kimi Antonelli. E isso poderá compensar a pista relativamente estreita e a tendência das corrida por ali não serem muito excitantes. Mas com a atual Formula 1, as coisas poderiam ser diferentes.
Antes de partirem para correr neste glorioso dia de primavera, os pneus: quem largava de médios, iria depois trocar para duros. E quantas paragens? se calhar, uma, provavelmente, duas.
Na partida, Max Verstappen arrancou muito bem e apanhou os McLaren de surpresa. Colocando o bico fora deles na travagem para a Tamburello, conseguiu ficar no comando da corrida, e depois aguentou os ataques dos carros de Woking nas voltas seguintes. Atrás, Oscar Piastri, passado por Max, tinha de aguentar o Mercedes de George Russell, que tinha feito um excelente arranque, mas teve de abrandar porque estava entalado entre o carro da Red Bull e o da McLaren. Norris era quarto, mas não deixava escapar o carro da Mercedes.
Na terceira volta, Charles Leclerc, que tentava recuperar os lugares que não tinha conseguido na qualificação, intimidou Pierre Gasly na Piratella para conseguir subir para o nono posto, e tentar que os carros da frente não fossem embora. Não iria ser a sua primeira ultrapassagem musculada da corrida, e Gasly continuou, mas as chances de um bom resultado da parte do piloto da Alpine acabaram ali.
Norris lutou com Russell para ficar com o terceiro lugar, mas apenas na 11ª volta, e depois de algumas tentativas, conseguiu ficar com o lugar mais baixo do pódio. Mas nessa altura, tinha uma desvantagem de seis segundos sobre Max e pouco mais de quatro sobre Piastri. Por essa altura, Leclerc e Hadjar foram dos primeiros a irem às boxes entre os da frente, para colocarem duros. Piastri fez a mesma coisa na volta 14, colocando duros, sem problemas de maior, caindo para a borda dos pontos quando voltou à pista.
Enquanto isso tudo acontecia, Max Verstappen manteve-se na pista, no comando, agora com Norris logo atrás. Entretanto, na luta pelo sexto posto, continuara o duelo piloto italiano/carro italiano: Antonelli resistia a Hamilton. A luta prolongou-se e no meio disto tudo, Piastri começou a aproximar-se. O australiano passou o Ferrari na volta 26, e foi atrás do Mercedes, que o passou na volta seguinte.
No meio disto tudo, quem andava bem era Alex Albon: sem parar, isolado, estava em terceiro, e a fazer render os pneus. Piastri já era quarto na volta 28, depois de passar Hadjar. Tudo isso numa altura onde Lando Norris fez a sua troca de pneus, tentando, talvez para ganhar o undercut sobre Max. Mas exatamente nessa altura, Esteban Ocon parava na berma, causando um Safety Car Virtual, suficiente para Max e Albon irem para as boxes e fazer a sua paragem. Antonelli, Lelcerc, Hadjar e Hamilton também forem para as boxes, e a agitação era frenética. Até Sainz Jr, Leclerc e Russell foram às boxes uma segunda vez, para ter médios novamente.
Piastri parou uma segunda vez na volta 31, outra vez com médios, numa altura em que o Safety Car Virtual já tinha acabado. Com isso, Max continuava na frente, com quase 20 segundos de vantagem sobre os McLarens. Atrás, os Ferraris tentavam compensar a má qualificação com uma boa estratégia. Hamilton conseguiu umas boas ultrapassagens quer na pista, quer nas boxes, e na volta 35, era quinto, com médios, depois de passar o Racing Bull de Isack Hadjar.
A partir da volta 40, enquanto Nico Hulkenberg passava o Aston Martin de Fernando Alonso para entrar nos pontos, Piastri já estava na traseira de Alex Albon e aqui, era por um lugar pelo pódio. Demorou uma volta, mas o australiano deixou o tailandês para trás. Depois disto, as coisas acalmaram-se, com Max a ir tranquilamente na frente, com os McLarens atrás, rápidos, mas incapazes de o alcançar.
Na volta 46, desilusão: Kimi Antonelli desiste na subida para a Piratella e o Safety Car... real entrou na pista. Novas idas às boxes para Max e Norris, para meterem duros, e Piastri a ficar na pista. Boa parte do pelotão aproveitou a situação para fazer a sua segunda paragem nas boxes. Nesta altura, faltavam 12 voltas para o final. Um sprint até à bandeira de xadrez.
A corrida retomou na volta 53, com Max a ira embora de Piastri, e Leclerc a tentar passar Norris, sem sucesso... para depois ser ameaçado por Albon, no qual teve de se defender. Atrás, Hamilton atacava Russell, que tinha pneus usados, mas não conseguia passá-lo. Só conseguiu na volta 57, para ser sexto.
No final, com esta corrida de sprint, Franz Hermann... oops, Max acabou por ganhar a corrida, beneficiando dos pneus frescos. Piastri deve amargurar da estratégia que usou, e deixou que Norris o passasse, porque... frescura, não é? Mas o terceiro lugar até foi um pequeno consolo, na longa luta pelo título. Mas atrás, houve polémica: Alex Albon atacava Charles Leclerc para ficar com o quarto posto, com Hamilton à espreita. E o monegasco defendeu-se na travagem para a Tamburello, atirando o piloto tailandês para a gravilha, com Hamilton a tentar aproveitar a situação. No final, por causa desse "chega para lá", Leclerc foi penalizado e o beneficiado foi Hamilton, que foi quarto.
Mas é preciso que se diga: foi uma corrida entretida, com um resultado decidido na partida. Agora, arrumemos tudo, que semana que vêm, será no Mónaco.
Sem comentários:
Enviar um comentário