quinta-feira, 19 de junho de 2008

GP Memória - Detroit 1988



Oito dias depois do GP do Canadá, e da segunda vitória de Ayrton Senna naquele ano, era agora a vez dos Estados Unidos, e num circuito onde o piloto brasileiro tinha sido feliz nas duas últimas edições, ambas no seu Lotus. No circuito urbano de Detroit, máquinas e pilotos conduziriam naquela que iria ser a última vez em terras da autodenominada "Capital do Automóvel", pois na altura tinha sido anunciada que o Grande Prémio iria ser disputado no parque de Belle Isle, um pouco mais abaixo. De facto isso aconteceu, mas somente para a CART...



No pelotão da Formula 1, a Minardi resolveu mudar de piloto, dispensando o espanhol Adrian Campos e contratando um velho conhecido de Giancarlo Minardi: o seu compatriota Pierluigi Martini. A diferença foi do dia para a noite: das não-qualificações do espanhol, Martini tinha colocado o Minardi na 16ª posição da grelha, ultrapassando em muito o seu comapnheiro Luis Perez-Sala, que ficava na 25ª posição.

Na frente, o costume: Ayrton Senna tinha feito o melhor tempo, mas a seu lado não tinha Alain Prost, mas sim o Ferrari de Gerhard Berger. Na segunda fila, estava Prost, mas no quarto posto, pois tinha sido ultrapassado na tabela de tempos pelo italiano Michele Alboreto. Na terceira fila, Thierry Boutsen, o quinto no seu Benetton, tinha a seu lado o Williams-Judd de Nigel Mansell.

A qualificação tinha visto algumas peripécias, causadas por uma nova capa de asfalto, que se desfazia a cada passagem dos carros. Ivan Capelli tinha tido um forte embate no muro das boxes, e ferido num pé, não pode participar na corrida. Assim sendo, somente três pilotos se não-qualificam: o Lotus de Satoru Nakajima, os Zakspeed de Bernd Schneider e Piercarlo Ghinzani. O Coloni de Gabriele Tarquini, que tão bem tinha estado oito dias antes, em Montreal, não se qualifica.

Sob céu limpo e calor, 61 mil pessoas iria assistir a uma corrida que costumava ser uma lotaria em termos de resultados. O próprio Berger confiava nesse desfecho: "Acho que esta corrida é uma lotaria, o que significa que esta pode ser a nossa melhor chance".

No momento da partida, Berger e Senna ficam lado a lado, mas o brasileiro leva a melhor. Mais atrás, Prost larga mal e é ultrapassado por Boutsen, e fica em quinto durante as primeiras quatro voltas. Contudo, cedo Prost se livra de Boutsen, Alboreto e Berger, e na volta oito, já era segundo, mas o lider, Senna, tinha um avanço de perto de cinco segundos sobre o francês.


Mais atrás, começava a hecatombe: Boutsen tentou ultrapassar Alboreto na volta cinco, mas uma tentativa mal calculada acabava nas boxes. Três voltas mais tarde, era a vez de Nannin tentar a sua sorte, mas também esta manobra mal calculada acabaria mal, com o italiano da Benetton no muro, e o italiano da Ferrari a caminho das boxes, com um pneu furado. Alboreto eventualmente fez uma corrida de recuparação, mas acabou na volta 48 com outro despiste.

Sem os Benetton e o Ferrari de Alboreto, era a vez de Nigel Mansell de estar na quarta posição, carregando Berger na luta pela medalha de bronze, mas na volta 19, o motor sobreaquece e explode, sucedendo o mesmo ao seu comapnheiro Riccardo Patrese, oito voltas depois. Com isto tudo, quem ascendia ao terceiro lugar era Boutsen, depois de Berger ter desistido com um pneu furado.

Eventualmente, havia beneficiados com isto tudo: o Rial de Andrea de Cesaris, uma nova equipa que tinha nascido anos antes das cinzas da ATS de Gunther Schimdt, era quarto. E Perluigi Martini, na sua primeira corrida na Formula 1 em três anos, andava num respeitavel quinto posto. Mas atrás dele, como um furacão, vinha o Tyrrell-Judd do inglês Johnatan Palmer que depois de um toque com o Eurobrun de Oscar Larrauri, que o obrigou a susbstituir o bico do carro, estava a fazer uma corrida de recuperação, a ultrapassaria Martini a cinco voltas do final, garantindo o quinto lugar.


Na frente, Senna alcançaria a terceira vitória do ano, segunda consecutiva, a quase 40 segundos de diferença sobre Alain Prost, e Thierry Boutsen os acompanhava no pódio. Quanto a Detroit, sete edições depois da etapa inaugural, a Formula 1 abandonava as ruas da cidade americana para rumar a outras ruas. Mas de Phoenix, no Arizona...



Fontes:


Sem comentários: