segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O piloto do dia - Aguri Suzuki

Quem diria: poucos dias depois de meter a biografia do piloto japonês Taki Inoue, pois fazia o seu 45º aniversário, o calendário aponta-me o aniversário de outro piloto japonês, do mesmo período de tempo, mas que teve uma participação muito mais digna, pois ele é o primeiro piloto japonês de sempre a alcançar um pódio. E logo na sua corrida caseira! No dia em que faz 48 anos, vou falar de Aguri Suzuki.

Nascido a 8 de Setembro de 1960, em Tóquio, Suzuki começou a sua carreira competitiva aos 12 anos, no Karting. Aos 18 anos, em 1978, ganhou o campeonato nacional, e no anos seguinte, passou para os monolugares, competindo na Formula 3 japonesa. Nas três épocas seguintes, conciliou a Formula 3 com o karting, e no final da temporada de 1981, era de novo campeão nacional na categoria. Em 1983, torna-se vice-campeão de Formula 3, fazendo com que se virasse para os Turismos, ao serviço da Nissan, onde conquista o título em 1986. Nesse ano, passa para a Formula 2, onde fica no segundo lugar do campeonato. Ainda em 1986, faz a sua primeira incursão pela Europa, para participar nas 24 Horas de Le Mans, ao serviço da Nissan.

Em 1987, a Formula 2 transforma-se na Formula 3000 japonesa, e Suzuki fica de novo com o vice-campeonato. Mas em 1988, ganha em quatro rondas desse campeonato e torna-se finalmente o campeão. Nesse mesmo ano, começou a participar na Formula 3000 europeia, ao serviço da equipa Footwork, sem resultados de relevo. E em Outubro, estreia-se na Formula 1, ao serviço da equipa Larrousse, substituindo o francês Yannick Dalmas. Apesar do seu conhecimento da pista, não acabou mais além do que o 16º lugar, a três voltas do primeiro.


Contudo, isso foi o suficiente para lhe dar um lugar no pelotão da Formula 1 no ano seguinte, ao serviço dos alemães da Zakspeed, que tinham ficado com motores Yamaha. Mas isso revelou-se um desastre, pois nem ele, nem o seu companheiro, o alemão Bernd Schneider, conseguiram qualificar-se regularmente. Só o alemão conseguiu por duas vezes, no Brasil e no Japão.



Porém, em 1990, Suzuki teve uma nova oportunidade, de novo na Larrousse. Desta vez, o carro era bastante melhor do que o Zakspeed, e conseguiu o seu primeiro ponto em Silverstone, ao levar o carro para o sexto lugar. Novo resultado nos pontos em Espanha, e na sua terra natal, aproveitou as falhas e as contorvérsias dos pilotos da frente para fazer a sua corrida de sonho, levando o Larrousse-Lamborghini ao terceiro lugar da corrida, atrás dos Benetton-Ford de Nelson Piquet e Roberto Moreno. No final do ano, conseguiu seis pontos e o 12º lugar final.



Em 1991, Suzuki continua na Larrousse, onde pontua na corrida inicial, em Phoenix, mas esse vai ser a unica vez que chega aos pontos, terminando no 22º lugar final. Em 1992, é escolhido pela Mugen-Honda para a Footwork-Arrows para pilotar ao lado de Michele Alboreto. Apesar de boas prestações na primeira metade da tabela, não consegue chegar aos pontos em nenhuma corrida desse ano. No ano seguinte, continua na Footwork, desta vez ao lado de Derek Warwick, e as boas prestações nos treinos continuam, mas não consegue de novo qualquer ponto no campeonato.



No inicio de 1994, Suzuki não tem lugar no pelotão da Formula 1, mas depois do acidente provocado por Eddie Irvine na corrida inaugural, no Brasil, a Jordan chama-o para conduzir o seu carro no circuito de Aida. Não termina a corrida, e foi a unica vez que conduz o carro nesse ano, pois nas duas corridas seguintes, o lugar foi ocupado pelo italiano Andrea de Cesaris. Contudo, Suzuki não estava esquecido na Formula 1, pelo contrário...

Em 1995, a Ligier tinha sido comprada por Flavio Briatore, que tinha entregue a gestão da equipa a Tom Walkinshaw. Ele tinha assegurado o fornecimento dos motores Mugen-Honda, mas os japoneses tinham imposto uma condição: que colocassem Aguri Suzuki como um dos pilotos. Como Olivier Panis era intocável, e Martin Brundle era velho amigo de Walkinshaw, chegou-se a um compromisso: Brundle e Suzuki iriam compartilhar o carro em algumas provas.



Este estranho compromisso fez com que Suzuki alinhasse pela Ligier nas três primeiras provas do campeonato, no GP alemão e nas provas japonesas. Nesses cinco Grandes Prémios, Suzuki conseguiu um sexto lugar em Hockenheim. Nos treinos para o GP do Japão, no mesmo lugar onde alcançou o seu melhor resultado, Suzuki teve um grave acidente, magoando-se no pescoço, impedindo-o de alinhar na corrida. Depois de uma cirta reflexão, anunciou que não iria correr mais na Formula 1.



A sua carreira: 88 Grandes Prémios, em oito temporadas (1988-95), um pódio, oito pontos.

Depois da Formula 1, Suzuki concentrou-se nos Super-Turismos japoneses, construindo a sua equipa, a ARTA (Autobacs Racing Team Aguri). O seu sucesso, em 2002, fez com que se aliasse ao piloto mexicano Adrian Rodriguez, para constituir na IRL a Super Aguri Fernandez Racing, que tinha um carro para o seu compatriota Kotsuke Matsura. A coisa durou até 2005, altura em que se lançou na maior aventura de todas: a Super Aguri.



No final de 2005, sabendo que Takuma Sato ficara fora da BAR, buscou o apoio da Honda para formar a sua própria equipa na Formula 1. Comprou a antiga sede da Arrows, em Leafield, e alguns dos antigos chassis da equipa, de 2002, e montou a equipa do zero, com Sato e outro japonês Yuji Ide. Após as primeiras três corridas, Ide foi despachado, e substituido pelo francês Frank Montagny, que lá ficou até ao final do ano, sem resultados de relevo.


No ano seguinte, com o chassis da Honda de 2006, com algumas modificações, e com Anthony Davidson como companheiro de Sato, a super Aguri teve uma excelente temporada, conseguindo quatro pontos e algumas exibições que faziam corar de vergonha a própria casa-mãe... contudo, as dificuldades financeiras eram cada vez maiores, e no inicio deste ano, depois de quatro corridas, a equipa terminou a sua participação na Formula 1.


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