sexta-feira, 6 de março de 2015

GP Memória - Austrália 2005

Depois de mais uma temporada de domínio, esperava-se que em 2005, as coisas iriam continuar na mesma na Ferrari, apesar de alguns dos seus membros mais importantes estarem a pensar na reforma. Jean Todt, Ross Brawn e Rory Bryne pensavam já que tinham completado o circulo e já achavam que era tempo de dar lugar aos outros. Mas isso não iria acontecer agora, tanto que na equipa que se ganhava, não iria mexer: Michael Schumacher e Rubens Barrichello iriam ser os seus pilotos pela sexta temporada consecutiva.

Já a concorrência tinha de trabalhar no duro para os apanhar, senão superar. A Renault tinha mantido a dupla de 2004, com Giancarlo Fisichella como piloto, mas as atenções estavam viradas para o espanhol Fernando Alonso, que aos 23 anos era considerado como uma das esperanças de vitória na Formula 1, e claro, motivo de loucura na sua Espanha natal. Na Williams, a dupla de pilotos tinha sido totalmente removida, com Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya a serem substituídos por Mark Webber - vindo da Jaguar - e Nick Heidfeld, que no ano anterior tinha estado na Jordan.

Na McLaren, com Kimi Raikkonen no lugar, o seu novo companheiro de equipa iria ser Montoya. Mas o problema continuava a ser o carro, pois no ano anterior, as coisas tinham sido bem más com o modelo MP4-19 e a sua versão B, onde só tinham vencido uma corrida com Raikkonen.

A Totoya tinha decidido apostar alto, depois de três anos frustrantes. Gastou dinheiro para ter dois bons pilotos, o italiano Jarno Trulli - que estava lá desde o final de 2004 - e o alemão Ralf Schumacher, que tinha vindo da Williams. O TF105, o novo modelo da marca japonesa, era desenhado por Mike Gascoyne e esperava que fosse bem melhor do que os que tinham sido desenhados antes.

No final de 2004, a Ford decidiu retirar-se de cena da Formula 1 e venceu a sua equipa, conhecida como Jaguar. Dietrich Matechitz, multimilionário austríaco e dono da marca de bebidas Red Bull, decidiu que era a chance de ter adquirir a sua própria equipa e fê-la, rebatizando com a sua marca. Em termos de pilotos, Mateschitz decidiu ir buscar o veterano escocês David Coulthard e colocou um dos seus pilotos da "cantera", o austriaco Christian Klien, que no ano anterior estava na Jaguar. Mas um terceiro piloto espreita a oportunidade, já que Vitantonio Liuzzi também foi integrado na equipa, e foi-lhe prometido que iria andar no carro ao longo da nova temporada.

Também em 2004, a Jordan estava nas suas últimas penas. Eddie Jordan, cansado de treze anos de trabalho pela sua marca, decidiu vender a equipa ao Midland Group, por 60 milhões de dólares, depois de arranjar um negócio com a Toyota para fornecer os seus motores. Apesar da mudança de proprietário implicar uma mudança de nome, as coisas só iriam acontecer em 2006, o que implicaria que nesse ano, e pela última vez, o nome Jordan iria ser dito. A dupla de pilotos iria ser constituída por dois estreantes, o português Tiago Monteiro e o indiano Narain Karthikeyan, e neste último, era uma estreia absoluta: nunca um indiano tinha guiado um Formula 1.

Na BAR-Honda, as expectativas eram altas, depois da excelente temporada que tinham feito em 2004, com Jenson Button a ser vice-campeão do mundo e Takuma Sato a fazer a melhor temporada de sempre, culminado com um pódio em Indianápolis. Já na Sauber, a equipa contava com o regressado Jacques Villeneuve e o jovem brasileiro Felipe Massa. Para finalizar, a Minardi iria colocar nos seus carros o holandês Cristijan Albers e o austriaco Patrick Freisacher.

A FIA, então liderada por Max Mosley, tinha colocado algumas alterações ao regulamento que tinham causado polémica. O primeiro deles tinha a ver com os pneus, onde foi proibida a troca de pneus, destinado a que eles tivessem de aguentar toda a corrida, algo que não acontecia por causa do reabastecimento. Que se manteve...

Outro regulamento polémico do qual a Formula 1 contava era em relação aos tempos da qualificação, que era polémico. A FIA tinha decidido juntar os tempos da Q1 e da Q2 e fazer deles um composto, do qual contaria a soma de ambos os tempos para fazer a pole-position e os restantes lugares da grelha de partida.

No final desse aglomerado de tempos, o poleman era... Giancarlo Fisichella, no seu Renault, que conseguiu uma distancia de quase três segundos sobre Jarno Trulli, no seu Toyota. Mark Webber era o terceiro, no seu Williams, com Jacques Villeneuve a seu lado, no seu Sauber. David Coulthard e Christian Klien monopolizavam a terceira fila, com os seus Red Bull, enquanto que Nick Heidfeld era o sétimo, no segundo Williams, seguido pelo BAR-Honda de Jenson Button. Os McLaren-Mercedes de Juan Pablo Montoya e Kimi Raikkonen fechavam o "top ten", na frente do Ferrari de Rubens Barrichello.

Quatro pilotos não tiraram qualquer tempo: Michael Schumacher, Felipe Massa, Takuma Sato e o Minardi de Christijan Albers.

A corrida teve uma falsa partida, quando o carro de Kimi Raikkonen ficou parado na grelha, reduzindo a corrida em uma volta. Na segunda partida, Fisichella manteve a liderança, com Trulli atrás e coultard no terceiro posto, enquanto que os que estavam na parte de trás do pelotão tentavam recuperar posições. Cedo, o Red Bull do escocês começou a ser o "tampão" do resto do pelotão, aguentando os ataques dos Williams de Webber e Heidfeld. Webber tentou passar Coulthard na 15ª volta, mas a tentativa foi abortada.

Após a primeira passagem para reabastecimento, Fisichella manteve a liderança, enquanto que Trulli se atrasava devido a um pneu esvaziado. Em contraste, Alonso e Barrichello subiam lugares atrás de lugares, com o brasileiro a ser quarto após a primeira passagem pelas boxes, seguido pelo piloto espanhol. por essa altura, Ralf Schumacher perdia tempo nas boxes por causa de um problema com o seu elemento de segurança, atrasando-se na classificação.

Na volta 42, houve o omento da corrida quando Michael Schumacher e Nick Heidfeld colidiram um com o outro. O acidente ocorreu na curva 3, após a reentrada do alemão da Williams na pista, e o da Ferrari não o viu nos seus espelhos quando ele estava a ultrapassá-lo, e ambos colidiram, saindo da pista. Heidfeld ficou ali, mas Schumacher voltou à pista, apenas para desistir no final dessa volta.

Na parte final, Alonso chegou-se a Barrichello pelo segundo lugar, pressionando-o, mas o brasileiro conseguiu resistir aos ataques dele. Mas na frente, de forma imperial, Giancarlo Fisichella vencia a corrida com cinco segundos de vantagem sobre Barrichello, com Fernando Alonso a ser o terceiro classificado. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Red Bull de David Coulthard, o Williams de Mark Webber, o  McLaren de Juan Pablo Montoya, o segundo Red Bull de Christian Klien e o segundo McLaren de Kimi Raikkonen. 

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